Reforço bastante abaixo dos últimos dois anos. Universidades asseguram 71% dos novos lugares.
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Excecionalmente e pelo terceiro ano consecutivo, a 1.ª fase do Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior (CNAES) vai ser reforçada com 1001 vagas, para um total de 54641. Valor que fica, no entanto, bastante abaixo do registado nos anos anteriores: quase cinco mil lugares, em 2020; e três mil, em 2021. A plataforma reabre domingo para que os estudantes possam alertar as opções de candidatura já apresentadas. Os resultados são conhecidos a 11 de setembro.
Daquelas 1001 novas vagas, as universidades asseguram 71%, lideradas pela de Lisboa, a maior do país, com mais 153 lugares. Seguem-se as universidades de Aveiro (+131) e do Algarve (+75). A Universidade do Porto oferece mais 70 lugares e o ISCTE apenas seis. Do lado dos politécnicos, é o do Porto quem mais reforça, com mais 97 vagas, seguido do de Lisboa (+64).
Recorde-se que, no concurso de 2020/21, para fazer face à elevada procura - mais de 62 mil candidatos, na altura o valor mais elevado desde 1996 - o então ministro Manuel Heitor autorizou que, pela primeira vez, se transferissem vagas não ocupadas nos concursos especiais, nomeadamente o de internacionais, para o CNAES. À 1.ª fase do concurso deste ano concorrem 61473 estudantes, depois de no anterior se ter chegado próximo dos 64 mil.
Reforço fica abaixo
Neste ano, a tutela permitiu às instituições reforçar até 10% o número de vagas nos cursos com elevada concentração de bons alunos, que visam a formação em competências digitais, ciências de dados e do espaço e Educação Básica, e nas licenciaturas financiadas pelo Programa de Recuperação e Resiliência. Nos restantes cursos, o reforço poderia ir até aos 5%. Nos dois anos anteriores, não havia limite. Sendo que em 2020 acresceram mais 4737 vagas e no ano passado mais 3081.
Ao JN, o presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas havia já avisado que para abrir mais vagas no Superior é preciso um reforço das dotações orçamentais. Porque, explicava então António de Sousa Pereira, "a capacidade das instituições está exaurida". Entretanto, o Governo anunciou um reforço de 2,7% para o próximo ano. Acresce um reforço adicional de +1% para as instituições mais penalizadas pela não aplicação da fórmula de financiamento.