Instituições aproveitaram maior flexibilidade na alocação de lugares e ajustaram oferta à procura, explica secretário de Estado. Internacionais com quase seis mil vagas e maiores de 23 com 4374
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Depois de três anos consecutivos com uma média de 2500 vagas, o concurso especial de acesso ao Ensino Superior para diplomados das vias profissionalizantes conta apenas com 1006 vagas. Num ano em que foi dada mais autonomia às instituições na distribuição de lugares, o secretário de Estado Pedro Teixeira explica tratar-se de um ajustamento da oferta à procura, numa via de acesso que coloca menos de mil estudantes/ano. Consideradas todas as vias, são quase 17 mil as vagas disponibilizadas nos concursos especiais. Somadas às do regime geral, são 75.676 os lugares em universidades e politécnicos públicos.
De acordo com a informação disponibilizada pelo Ministério da Ciência e Ensino Superior, naquela que é a quarta edição deste concurso especial contam-se menos duas instituições a aderir a esta via de acesso, num total de 22. Aumentando o peso da oferta do lado das universidades. Se, no ano passado, os politécnicos respondiam por 75% das vagas, agora essa proporção desce para os 66%. Com o ISCTE a ser a instituição a alocar mais vagas aos titulares de cursos de dupla certificação (103), seguindo-se o Politécnico do Porto (93) e o de Bragança (80).
298 vagas destinam-se ao concurso especial para acesso a Medicina por licenciados. Disponibilizam vagas as universidades da Beira Interior (21), Coimbra (39), Lisboa (45), Algarve (80), Minho (18), Porto (60) e Nova de Lisboa (35).
"O que aconteceu é que as instituições ajustaram a oferta à procura", adianta o secretário de Estado do Ensino Superior, recordando que, no ano passado, entraram "menos de mil alunos". Segundo Pedro Teixeira, a maioria dos diplomados das vias profissionalizantes "entra pelo concurso nacional, entre 4.500 a 5.000, e pelos cursos técnicos superiores profissionais (TeSP), cerca de 4.000". O que decorre da "maior flexibilidade" dada agora às instituições: "Colocaram mais vagas onde há mais procura". Como é o caso dos internacionais ou dos maiores de 23 anos. Sendo que, sublinha o governante, se no final "sobrarem vagas podem transferir", desde que dentro dos concursos especiais.
No ano passado, como o JN noticiou, apesar do número de candidatos ter aumentado 51%, dois terços das vagas ficaram por ocupar após o número de não colocados ter disparado. Estará este concurso condenado a desaparecer? "Diria que não. Depende da capacidade do sistema de mobilizar mais estudantes e cabe-nos ter vias diversificadas de entrada", diz Pedro Teixeira.
Mais de 75 mil vagas
Somando as vagas de todos os concursos especiais, serão então disponibilizadas 16.913 vagas, das quais 5.840 para estudantes internacionais e 4.374 para candidatos maiores de 23 anos. Acrescem, ainda, mais 4030 lugares para os regimes especiais, como sejam estudantes nacionais dos PALOP ou atletas de alto rendimento. Que se juntam às quase 55 mil vagas a concurso no regime geral, fazendo com que, no total de vias, sejam disponibilizadas 75.676 vagas.
No âmbito da revisão das regras de acesso, a tutela reorganizou a fixação de vagas, concentrando-as então no regime geral e nos concursos e regimes especiais. Antecipando ainda o calendário, para que no final de setembro praticamente todos os estudantes estejam colocados.
Instituições privadas com mais de 23 mil lugares
Os estabelecimentos de ensino superior privados disponibilizam, nesta 1.ª fase de acesso e no total, 23.206 vagas. Sendo que 76% destinam-se ao ingresso por via do regime geral de acesso (os denominados concursos institucionais) e o remanescente aos concursos especiais. A informação divulgada pela tutela mostra que, no privado, estão reservadas 1713 vagas para os candidatos maiores de 23 anos, 1021 para internacionais e 834 para as vias profissionalizantes. As universidades Lusófona e Lusíada respondem pelo maior número de lugares: 4066 e 2333, respetivamente.