Consórcios com 2061 candidatos às provas de acesso ao Ensino Superior. Menos 9,3% face a 2020.
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Os três consórcios regionais constituídos por 14 institutos politécnicos, cinco universidades e duas escolas superiores receberam apenas 2061 candidaturas às provas de ingresso do concurso especial, criado no ano passado, para diplomados das vias profissionalizantes e cursos artísticos especializados. São menos 9,3% face ao último ano letivo. E uma surpresa para as instituições.
"É um bocadinho incompreensível o porquê da diminuição das candidaturas", diz, ao JN, o presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP), que está ainda a apurar as razões desta quebra. Mesmo assim, explica, no final podem vir a registar mais matriculados do que no ano letivo passado.
Isto porque, recorde-se, a taxa de aprovação ficou-se nos 50%. Somando a baixa procura, 74% das vagas criadas no primeiro concurso especial para titulares de dupla certificação ficaram por preencher. No total, matricularam-se 671 alunos dos 906 admitidos a concurso.
Matemática em alta
E apesar da quebra verificada, curiosamente, "o número de estudantes que se inscreveram nas provas de Matemática aumentou, reduzindo-se em Biologia e Economia". De acordo com os dados facultados ao JN por Pedro Dominguinhos, 54% dos alunos candidataram-se ao exame de Matemática (+8%), seguindo-se Biologia, com 15% de procura (-22%).
Analisando os três consórcios que se constituíram no ano passado para uniformizar e agilizar o processo, criando provas de acesso regionais, o do Norte responde por 43% das candidaturas, mas foi o que mais caiu face ao ano passado (-14,8%). Segue-se o do Sul e Ilhas, com 29% dos candidatos (-4%); e do do Centro, com 28% (-5,4%).
Campanha nacional
Os consórcios, explique-se, permitem aos estudantes realizarem apenas uma prova de acesso na região a que concorrem. Exame esse articulado e desenhado pelas instituições que integram aquela rede. Extra consórcio, no ano passado, mais quatro instituições de Ensino Superior abriram vagas no concurso: Universidade do Porto (7 vagas, zero matriculados), ISCTE (163 vagas, 6 matriculados) e Politécnico de Lisboa (35 vagas, 23 matriculados). O Politécnico do Porto foi a instituição com mais alunos matriculados (138).
Os três consórcios, recorda o presidente do CCISP, apostaram em "campanhas de divulgação junto das escolas profissionais e das secundárias com ensino profissional". Mesmo assim, o impacto não se fez sentir. Ao contrário dos cursos de curta duração (CTeSP), "já consolidados", com procura crescente de ano para ano, vinca.
Defendendo Pedro Dominguinhos uma "responsabilidade partilhada" com a tutela, apostando num "reforço da comunicação, com um campanha nacional e institucional junto das escolas".
O mesmo já havia sido sublinhado pela Comissão Nacional de Acesso ao Ensino Superior no seu relatório sobre as vagas. Recomendando, também, um ajustamento da oferta, "evitando a dispersão por cursos com taxa de ocupação residuais".
A saber
74% das vagas criadas no concurso de 2020, no primeiro ano desta nova modalidade de acesso, não foram ocupadas.
Consórcios
Norte
Politécnicos do Porto, Viana do Castelo, Bragança e Cávado e Ave. Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.
Centro
Politécnicos de Castelo Branco, Guarda, Viseu, Coimbra, Leiria e Tomar.
Sul e Ilhas
Politécnicos de Setúbal, Portalegre, Beja, Santarém. Universidades do Algarve, Évora, Madeira e Açores. Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril e Escola Náutica Infante D. Henrique.