O Conselho de Estado deu esta quarta-feira parecer favorável, por maioria, à proposta do presidente da República de dissolução do Parlamento, na sequência do chumbo do Orçamento do Estado para 2022. A marcação de eleições legislativas, quando os partidos não se entendem sobre a data, está agora nas mãos de Marcelo que fala ao país quinta-feira às 20 horas.
Corpo do artigo
Segundo uma nota divulgada no final da reunião, no site de Belém, o Conselho de Estado "deu parecer favorável à proposta de sua excelência o presidente da República de dissolução da Assembleia da República". Estiveram contra Francisco Louçã, do Bloco de Esquerda, e Domingos Abrantes, do PCP.
A reunião do órgão político de consulta do chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, começou cerca das 15.15 e terminou pelas 20.30.
Na véspera da reunião do Conselho de Estado, no Palácio da Cidadela, em Cascais, Marcelo Rebelo de Sousa prometeu escolher "a data mais razoável" para eleições legislativas e que "corresponda à melhor solução para o esclarecimento dos portugueses", sem ter em conta eleições nos partidos. O cenário de luta interna poderá levá-lo a escolher o dia 30 de janeiro, em vez de 16.
"Vou ter em conta apenas, se for esse o caso, aquilo que considero ser a data mais razoável no quadro que se levantaria no momento da realização das eleições", assegurou Marcelo. Sobre as pressões de que é alvo, disse que "estão a fazer cumprir o seu papel, que é puxar a brasa à sua sardinha". "Mas a mim cumpre-me escolher aquilo que corresponda à melhor solução para o esclarecimento dos portugueses e para a tomada de decisão em termos eleitorais", insistiu o chefe de Estado.
Antes de se pronunciar sobre a dissolução do Parlamento, o Conselho de Estado teve uma reunião com a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, e destacou o papel desta instituição na estabilidade financeira da zona euro.