Contributo de cidadãos em app permitiu descobrir mosquito invasor em três municípios portugueses
No ano passado, o reporte de cidadãos na aplicação Mosquito Alert permitiu descobrir que o mosquito invasor Aedes albopictus, que quando infetado pode transmitir doenças como a dengue ou a zika, circulava em três municípios portugueses, dois no Norte e um no Alentejo. Desde o início do ano, foram registados 34 casos confirmados de dengue em Portugal: 32 importados e dois autóctones na Madeira.
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A comunidade tem sido aliada dos cientistas nas redes de monitorização de mosquitos invasores em vários países da Europa, sobretudo através da aplicação Mosquito Alert, criada em Espanha. O contributo dos cidadãos é, aliás, incentivado por inúmeros centros de investigação para "vigiar" a circulação de vetores que, quando infetados, podem transmitir doenças, como a dengue, a zika ou a chikungunya. Em 2024, foi a ciência cidadã que permitiu detetar a circulação do Aedes albopictus em três municípios portugueses, adianta Hugo Osório, especialista em entomologia do Centro de Estudos de Vetores e Doenças Infeciosas Dr. Francisco Cambournac.
"Os mosquitos não conhecem fronteiras, tanto podem estar em áreas privadas como em áreas públicas. Se fizermos o controlo de mosquitos num parque de uma cidade e não o fizermos nos nossos quintais, a situação não vai ficar resolvida. Os criadouros dos mosquitos estão sempre próximos das nossas habitações. Basta termos um prato de água para o nosso gato, que não é mudado há muito tempo, ou um balde que ficou com a água da chuva", explica o também entomologista do Instituto Nacional Dr. Ricardo Jorge (INSA).