O número de pessoas com baixos estudos que frequentam cursos vocacionais ou profissionais caiu de 9% para 4%, entre 2013 e 2023, revela um relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), divulgado esta terça-feira. A culpa é "dos graves cortes no financiamento" da educação de adultos, salienta, num contexto em que o conhecimento adquirido pelos portugueses é dos mais baixos. Só o Chile está pior.
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O relatório "Education at a Glance 2025", divulgado esta terça-feira, traça um cenário negro para a área da formação de adultos em Portugal. Do total de estudantes que ainda não têm o Ensino Básico completo, apenas 4% estavam no ensino vocacional ou profissional, o que "tem sido atribuído de forma generalizada aos graves cortes no financiamento da educação de adultos", assinala a OCDE.
Como exemplos destes cortes, o relatório identifica "a descontinuidade do programa Novas Oportunidades", iniciado em 2005 por José Sócrates e interrompido em 2013 por Pedro Passos Coelho, substituído pelos centros Qualifica. Além disso, a OCDE culpa o "encerramento dos centros de formação para adultos e a redução do número de educadores" como causas para a quebra de Portugal neste indicador. A média dos 38 países da OCDE é de 7% do total de pessoas com baixos estudos a frequentar cursos vocacionais ou profissionais.