Costa lembra que sondagens já deram "experiências dolorosas" e pede mobilização
O líder do PS reconheceu esta sexta-feira, na Guarda, que as sondagens já trouxeram "experiências dolorosas" ao PS nas últimas eleições autárquicas. Sem nunca mencionar a derrota de Fernando Medina em Lisboa, António Costa apelou à mobilização dos eleitores socialistas, lembrando que as eleições se ganham nas urnas.
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"É indispensável que todos nos mobilizemos para, seja no dia 23 ou no dia 30, irmos votar", afirmou o secretário-geral do PS. "Já tivemos uma experiência muito dolorosa ainda há pouco tempo nas eleições autárquicas, quando muita gente, fiando-se nas sondagens, teve medo ou achou que não era necessário ir votar no PS", lembrou.
E, sem falar de forma direta nas derrotas na capital ou em Coimbra, lamentou: ""Depois, no dia a seguir, acordaram surpreendidos porque, afinal, o PS tinha perdido aquela Câmara ou não tinha ganho aquela outra Câmara".
"Por isso, ninguém se deixe iludir por sondagens. As eleições ganham-se nas urnas", apelou António Costa. Poucas horas mais tarde, já em Castelo Branco, insistiria na ideia: "Votem, votem, votem, votem!", pediu, em êxtase, aos apoiantes que esgotaram o cineteatro albicastrense.
PSD "esconde" programa eleitoral, acusa Costa
Pelo segundo dia consecutivo, Costa descreveu as eleições de dia 30 como "decisivas". Na Guarda dirigiu-se, em particular, aos professores e enfermeiros, procurando elencar os avanços que o Governo já fez ou promete fazer se vencer nas urnas; em Castelo Branco, enumerou promessas - da descida do IRS ao aumento das pensões - que só não são ainda uma realidade porque "o PSD e os outros" chumbaram o Orçamento do Estado (OE).
"Não são promessas para as eleições, são medidas que apresentámos em outubro", reforçou Costa, acrescentando que "nunca nos passou pela cabeça" que o documento fosse chumbado.
Se, na perspetiva do líder socialista, o PS é um partido transparente, com o PSD passa-se o contrário: "Eles procuram não dizer ao que vêm, mas a verdade é que se vão descaindo", argumentou. Depois de, na Guarda, ter acusado os sociais-democratas de "esconderem" o programa, em Castelo Branco voltou a defender que o partido de Rio procura ocultar que é contra a subida do salário mínimo ou a descida do IRS.
"E que ninguém tenha dúvidas: quem é contra o aumento do salário mínimo nacional não é, seguramente, quem vai aumentar o salário médio e fazer um aumento geral de salários", completou.
Na visita às Beiras - que, além dos dois comícios, incluiu uma arruada com banho de multidão na Guarda -, Costa teve a companhia de Ana Mendes Godinho e Ana Abrunhosa, respetivamente ministras do Trabalho e da Coesão Territorial e cabeças-de-lista pelos círculos da Guarda e de Castelo Branco.