As creches estão em "contrarrelógio" para aplicarem as novas regras de desconfinamento até dia 18.
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O guião só deve ser enviado até segunda-feira. Ontem, numa reunião com a diretora-geral da Saúde no ministério do Trabalho, terá sido proposto a divisão dos grupos de crianças ou ao desfasamento de horários para reduzir o risco de contágio, mas, para a presidente da Associação de Creches e de Pequenos Estabelecimentos de Ensino Particular (ACPEEP), a proposta é pouco exequível por implicar a alteração dos horários de trabalho dos pais. Além disso, a maioria não tem espaços ou recursos para cumprir a proposta.
"É preciso assumir-se que há riscos. Vamos minimizá-los com procedimentos, mas não podemos impor regras e comportamentos a crianças de um ou dois anos que elas não têm capacidade para compreender e realizar", sublinha Susana Batista. A presidente da ACPEEP aponta como regras "pouco exequíveis" a imposição de as crianças brincarem com um brinquedo sem o puderem partilhar ou estarem sentadas a dois metros de distância.
"Podem ser regras adequadas para o 1.º Ciclo mas não para creches. Podemos ter de desinfetar várias vezes o brinquedo mas proibir partilhas não é possível nem pedagógico", defende.
As creches podem reabrir a partir de dia 18 e têm uma semana para atualizar os planos de contingência, comprar material de proteção e desinfeção e dar formação. "Os circuitos de entradas e saídas têm de ser revistos e isso faz sentido."
APOIOS DE 4 MILHÕES
O Governo assinou ontem com as quatro associações do setor cooperativo - Confederação das Instituições de Solidariedade (CNIS), União das Misericórdias (UMP), União das Mutualidades (UMP) e Confederação Cooperativa (CONFECOOP) - um protocolo que atribui quatro milhões de euros para as creches comprarem equipamentos e darem formação aos funcionários. O privado terá acesso às medidas para as empresas.
Um acordo "para apoiar um trabalho articulado entre todos, para a capacitação e reabertura das creches, de forma segura, implementando as medidas de prevenção que são necessárias", disse à Lusa a ministra Ana Mendes Godinho.