Líder do CDS ensaiou o tom para ano eleitoral na rentrée centrista, na Festa da Família em Ermesinde, onde deixa críticas à oposição feita pelo PSD. "Não somos muleta do Governo", atirou.
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Mais do que críticas ao PS e à Esquerda, no Parque Urbano de Ermesinde (Valongo), Assunção Cristas colocou, ao longo de toda a intervenção, debaixo de fogo a liderança de Rui Rio - sem nunca referir o seu nome.
A líder centrista, que no congresso do partido em Lamego pôs como meta tornar-se a líder da Oposição, deixou claro que só o CDS faz "oposição permanente e acutilante". "A alternativa somos nós", frisou, para depois garantir que "não viabilizará" um Executivo socialista. "Quem quer António Costa, quem consente António Costa, tem muitas opções", argumentou.
No arranque para mais um ano político, com três idas às urnas, assegurou que o CDS é a única "alternativa" ao Governo socialista, deixando farpas para o presidente do PSD: "somos o único partido que recusa servir de muleta a António Costa"
ADSE aberta a todos
Cristas defendeu o alargamento da ADSE (Assistência na Doença aos Servidores do Estado) a todos os portugueses e a diminuição do IRS em todos os escalões, com um maior corte a fazer sentir-se no Interior.
Quase um mês depois de ter pedido um estudo sobre alargamento dos beneficiários ao subsistema de saúde dos funcionários públicos, Cristas disse que a ADSE para "todos os portugueses" é uma forma de "garantir que há saúde de primeira, igual para todos no nosso país".
"A saúde não pode depender do local onde moramos nem da dimensão da carteira que temos no bolso", apontou no Parque Urbano de Ermesinde.
Segundo Cristas, há uma estratégia no terreno com intenção de pôr a "sustentabilidade" da ADSE em causa, "condenando-a a acabar". A acusação da líder centrista surge quando o Governo tem na mão, desde o início de agosto, o relatório da Comissão de reforma da ADSE.
Reconduzir a PGR
Emoldurada por muitas bandeiras azuis, na Festa das Famílias que assinala a rentrée do CDS, a líder centrista disse que o partido quer a diminuição "progressiva" do IRS em todos os escalões. A começar pela reposição do quociente familiar" e por "tabelas reduzidas a metade no interior do país", para promover "a natalidade e a ajudar a coesão territorial".
Cristas sublinhou ainda a necessidade de recondução de Joana Marques Vidal na Procuradoria Geral da República (PGR): "dá garantias de isenção e de independência".