O ministro das Infraestruturas, João Galamba, anunciou, esta sexta-feira, no Parlamento, que os CTT "vão deixar de vender raspadinhas".
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A medida vai ao encontro da proposta do Livre, que visa proibir a venda de qualquer tipo de lotarias nos postos dos correios mas que levou a Associação Nacional dos Municípios Portugueses (ANMP) a aconselhar prudência.
No projeto de lei, que visa proibir a venda de bilhetes de lotaria e de lotaria instantânea nas estações de correios, o Livre argumenta que esses jogos" têm na população gravíssimos problemas: do comportamento aditivo, às implicações financeiras e psico-sócio-familiares". Por isso, o deputado único Rui Tavares pretendia vincular o Governo a alterar o contrato de concessão. A medida mereceu, contudo, duvidas da ANMP, devido, por exemplo, às implicações que poderá ter no contrato de concessão.
Num parecer, os Municípios alertam: "A medida implica que previamente seja avaliado o grau de eficácia que poderá vir ter, com vista à obtenção da finalidade pretendida, bem como as implicações e consequências decorrentes da alteração do contrato de concessão em vigor".
Ainda assim, a proposta do Livre mereceu a total concordância do Governo. Ao falar, no Parlamento, no âmbito de uma proposta de lei sobre os critérios de aplicação e distribuição dos custos de regulação do setor postal, o ministro João Galamba anunciou: "Por exemplo, os CTT vão _ não sei se é uma novidade _ deixar de vender raspadinhas".
Ao encontro da esquerda
"A gestão da atual administração dos CTT vai deixar de usar a rede dos CTT para vender raspadinhas e vai-se dedicar precisamente àquilo que o deputado Rui Tavares disse que gostava que os CTT fizessem, que o Governo também gostaria que os CTT fizessem e a boa notícia é que a atual administração dos CTT tem a mesma visão", reforçou Galamba.
O ministro considerou também estar a ir ao encontro "da preocupação" da deputada do BE Mariana Mortágua, que defendeu o reforço dos serviços de proximidade em articulação com as populações, com as câmaras municipais, com as empresas locais, para valorizar a vertente dos CTT como " uma rede de proximidade".
"A política da administração dos CTT é a que parece ir ao encontro dos anseios do BE, do PCP e já agora de Rui Tavares", vincou o ministro.