Os portugueses gastaram 1515,2 milhões de euros em raspadinhas durante o ano de 2021, o que dá uma média de 4,1 milhões de euros por dia. Mais 5,2% do que em 2020 e próximo dos valores dos anos anteriores à pandemia.
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Com a tendência de crescimento dos gastos dos portugueses com lotarias instantâneas, está a ser levado a cabo um estudo, a pedido do Conselho Económico e Social (CES), que visa precisamente avaliar o impacto desse tipo de jogos nos cidadãos.
Segundo dados disponibilizados, ao JN, pela Santa Casa de Misericórdia de Lisboa, desde 2019 (total de 1781,1 milhões de euros de vendas) que os portugueses não gastavam tanto dinheiro com raspadinhas.
Se em 2020 houve uma retração nas apostas (foram gastos 1440,2 milhões de euros) fruto da pandemia e dos confinamentos, em 2021 os portugueses voltaram a gastar mais com este tipo de lotaria instantânea, atingindo-se um valor de vendas similar ao de 2018, ano em que a Santa Casa faturou 1594,2 milhões de euros só com este jogo.
Os dados mostram que, em 2021, as vendas de "raspadinhas" renderam 1515,2 milhões de euros. A Santa Casa diz que ainda não dispõe de valores relativos ao ano passado, mas a tendência crescente já é evidente.
CTT vão deixar de vender
Com receio de que o volume de vendas de raspadinhas represente um crescente vício dos portugueses naquele jogo, o CES encomendou, a 18 de maio de 2022, um estudo à Universidade do Minho, com vista a avaliar o impacto nas pessoas, sobretudo ao nível da sua saúde e finanças, da compra de raspadinhas.
O estudo, que vai permitir ainda a caracterização socioeconómica dos jogadores, ainda se encontra "em fase de produção" e o CES espera que seja concluído o mais rápido possível. "Pretendemos saber quem tem problemas com este jogo", disse, na altura o presidente do CES, Francisco Assis.
O receio de impactos negativos já levou o ministro das Infraestruturas, João Galamba, a anunciar em fevereiro no Parlamento, que os balcões dos CTT "vão deixar de vender raspadinhas", acatando, assim, uma proposta feita pelo Livre.