O ministro das Finanças, Mário Centeno, revelou que o custo para o Estado da integração do Banif na CGD, defendida pelo Governo mas chumbada por Bruxelas, era inferior ao custo da venda ao Santander Totta.
Corpo do artigo
"O custo direto da operação era aproximadamente igual, ligeiramente menor [com a integração no banco estatal]. Os números existem, mas eu não tenho de memória", afirmou o governante perante as questões lançadas pela deputada Mariana Mortágua, do Bloco de Esquerda.
"Num caso, [o Banif] seria mantido no âmbito da banca pública e, no outro caso, houve uma ajuda de Estado para a recapitalização", sublinhou Mário Centeno.
De resto, a integração do Banif na Caixa Geral de Depósitos (CGD) era a solução favorita do Governo de António Costa, tal como Centeno já tinha revelado no parlamento no final do ano passado, poucos dias após a resolução do Banif.
"De todos os cenários que começaram a ser analisados esse foi o primeiro cenário a ser apresentado às instituições europeias. As instituições europeias não aprovaram", vincou o governante.
Centeno sublinhou que o facto de o banco público se encontrar ainda a beneficiar de auxílios estatais "associados à recapitalização feita durante o programa de ajustamento", tal como o Banif, pode ter estado na base desta decisão de Bruxelas, mas remeteu as explicações para a Direção Geral da Concorrência da Comissão Europeia.
Segundo Centeno, o atual Governo, que tomou posse a 26 de novembro, recebeu poucos dias depois a comunicação do Banco de Portugal para encontrar uma solução para o Banif até ao dia 9 de dezembro. "Tínhamos cinco dias e dois deles eram fim de semana", assinalou.