Da dádiva à distribuição, acompanhámos o percurso do sangue na maior reserva do país
Com mais de 64 mil de dádivas em 2020, o Centro de Sangue e da Transplantação do Porto é o maior posto de colheita e armazenamento de sangue do país. Da dádiva à distribuição, acompanhamos o rigoroso e metódico processo.
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Com capacidade para receber mais de 250 dadores num só dia - o que aconteceu no último apelo para a dádiva - o Centro de Sangue e da Transplantação do Porto é um dos três centros do Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST), a par de Coimbra e Lisboa.
Normalmente, a instituição localizada junto à Quinta do Covelo, no Porto, recebe 50 pessoas por dia. Após passarem pelos processos de inscrição e triagem, os dadores são chamados para a dádiva, que pode durar até 15 minutos.
Depois de a colheita ser feita, uma amostra segue para o laboratório e o restante sangue é levado para o Centro do Sangue e da Transplantação de Coimbra, onde é separado por componentes: concentrado de eritrócitos (glóbulos vermelhos), plaquetas e plasma. Os componentes do sangue têm diferentes prazos de validade: as plaquetas, por exemplo, só duram cerca de cinco dias.
No laboratório do Porto, as amostras das dádivas são analisadas para detetar VIH, sífilis, hepatite C ou hepatite B. "[Este processo] aumenta a segurança do sangue que é transfundido a todos os portugueses", frisa Jorge Condeço, diretor técnico do Centro de Sangue e da Transplantação do Porto.
Quando o sangue já separado por componentes regressa de Coimbra, é rotulado e armazenado no Porto. Na câmara frigorífica do concentrado de eritrócitos, a temperatura nunca ultrapassa os seis graus. Já o plasma é guardado a -32 graus, onde aguenta até três anos.
A propósito do Dia Nacional do Dador, celebrado no último domingo, o IPST confirmou ao JN que as reservas estão estáveis, mas continuam a ser fundamentais ao longo de todo o ano.