O secretário geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof) atacou, esta sexta-feira, os professores que são deputados do PS e que chumbaram propostas que, no seu entender, valorizavam a profissão.
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“É lamentável que alguns colegas nossos, deputados do PS, tenham votado contra os seus colegas, esquecendo-se que, se estivessem nas escolas, o salário dos colegas era o que tinham, pensando que desta forma absolutamente vergonhosa vão conseguir continuar a ser alimentados por um aparelho que os mantém como deputados. Deviam ter vergonha na cara”, apontou Mário Nogueira, na manhã desta sexta-feira, durante uma ação de protesto no Centro Escolar do Bairro Norton de Matos, em Coimbra.
O sindicalista referia-se a propostas feitas no Parlamento na quarta-feira, uma das quais de recuperação do tempo de serviço, proposta pelo Bloco de Esquerda.
“O Grupo Parlamentar do PS veio brindar os professores, chumbando todas as iniciativas parlamentares que visavam valorizar a profissão de professor, não apenas as que propunham a contagem de tempo de serviço, mas até a simples referência de valorizar a profissão foi chumbada. Isto quer dizer que a luta não é só dos professores, é dos portugueses e das famílias”, defendeu.
“Professores valem pouco”
Para Mário Nogueira, o Governo, o PS e o primeiro-ministro consideram que os professores “valem pouco”.
“Estamos na Semana Europeia do Professor e tivemos a prova de que António Costa e o PS têm uma posição absolutamente inaceitável sobre os professores. António Costa disse que o tempo de serviço dos professores estava fora de hipótese por uma questão de equidade, quando existe falta de equidade entre os professores e outros trabalhadores, e até professores de outras regiões”, apontou.
O secretário geral da Fenprof vai aguardar pela proposta de Orçamento do Estado para 2024 para definir outras formas de luta. “Se não tiver a primeira tranche de recuperação de tempo de serviço, se não apontar para uma verdadeira medida de combate à precariedade e for mais do mesmo, vamos continuar a luta”, avisou.
Proposta do PSD com cautelas
O PSD propôs, recentemente, o pagamento faseado do tempo de serviço a cinco anos - uma proposta que Mário Nogueira considera “um ponto de partida”, mas assume algumas cautelas.
“Seria um bom ponto de partida, embora o PSD em 2019, quando chegou o momento da verdade, voltou atrás na posição que tinha e votou contra, e agora absteve-se de propostas que valorizavam os professores”, considerou.