Quanto “custou” cada deputado nestas eleições? Dito de outra forma, quantos votos foram precisos para ocupar um lugar no Parlamento? Os mais “baratos” foram os do PS, AD, e Chega, o mais “caro” foi o do PAN.
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Quando se divide o número de votos totais obtidos em território nacional (os dos dois círculos da emigração ainda estão por apurar) pelo número de deputados eleitos, percebe-se melhor o desequilíbrio causado pelo facto de o país ser dividido em 20 círculos eleitorais, alguns deles com muito poucos lugares para oferecer.
Como habitualmente, os partidos maiores “pagam” menos para conseguir um lugar no Parlamento. A novidade, desta vez, é que ao PS e à AD se juntou o Chega: os socialistas precisaram de 22856 votos para eleger cada um dos seus 77 deputados; a coligação de centro-direita teve de usar mais uns “trocos”, com 22922 votos para cada um dos 79 assentos; e os populistas de Direita um pouco mais, com 23099 eleitores por cada um dos seus 48 lugares.
Daí para baixo, a inflação fez-se sentir de forma bastante pesada. Os liberais pagaram cerca de 39 mil votos por cada um dos seus oito deputados, o Livre desembolsou quase 50 mil para quatro eleitos, e a CDU mais uns trocos do que o partido de Rui Tavares. Segue-se o Bloco de Esquerda, que até terá mais deputados que a CDU e o Livre, mas “pagou” cada um com quase 55 mil votos.
Mas em nenhum outro partido se fez sentir tanto o peso da inflação eleitoral como no PAN: feitas as contas, a deputada única, Inês Sousa Real, teve de pagar a eleição com um pouco mais de 118 mil votos. É caro? Talvez, mas o ADN, que até conseguiu arrebanhar um bom pecúlio (100 mil), ficou de fora.