O distrito transmontano de Vila Real elege cinco deputados e vota tradicionalmente no PSD. Este ano concorrem 13 forças partidárias às eleições legislativas.
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A eleições legislativas de 18 de maio vão ser disputadas no distrito de Vila Real por treze partidos e coligações, tantos como no sufrágio de 10 de março de 2024. Na altura, os cinco mandatos possíveis para a Assembleia da República foram divididos pela Aliança Democrática (2), Partido Socialista (2) e Chega (1). Este último elegeu pela primeira vez.
Os temas que preocupam os concorrentes pelo distrito vila-realense são diversos, mas concordam em relação ao despovoamento, o envelhecimento de quem lá vive, o acesso aos serviços de saúde, a exploração mineira de lítio em Boticas e Montalegre, as ligações ferroviárias e a falta delas, e a crise que afeta a Região Demarcada do Douro.
Das três forças partidárias que elegeram deputados há pouco mais de um ano, apenas Manuela Tender (Chega) é repetente como cabeça de lista. A candidata já tinha sido deputada na Assembleia da República eleita pelo PSD, entre os anos de 2011 e 2019. Em 2020, desfiliou-se daquele partido por divergências com a distrital social-democrata. Ainda fazem parte do elenco do Chega Alberto Moura, Anabela Morais, Maria Susete Cardoso e João Felisbino Oliveira.
A Aliança Democrática (AD), que já não inclui o PPM – agora avança sozinho no distrito –, leva em primeiro lugar a ministra da Saúde Ana Paula Martins, residente em Oeiras (distrito de Lisboa), que relega para segundo lugar Amílcar Almeida (ex-presidente da Câmara de Valpaços), que em 2024 liderou a lista. Alberto Machado (ex-autarca de Vila Pouca de Aguiar), que o ano passado foi segundo e que chegou a ser eleito, desaparece da lista de 2025. O terceiro posto é ocupado por Fernando Queiroga, em fim de ciclo como presidente da Câmara de Boticas. Ainda em lugar elegível avançam Ana Silveira e António Pereira (único dos cinco proposto pelo CDS-PP).
Situação semelhante aconteceu no Partido Socialista (PS). Fátima Correia Pinto desceu para segundo lugar da lista e cedeu o primeiro a Rui Santos, que suspendeu o terceiro e último mandato de presidente da Câmara Municipal de Vila Real. Carlos Silva (vereador da autarquia vila-realense), que foi segundo e eleito no sufrágio anterior, também não integra o elenco proposto pelos socialistas. Agostinho Santa, que tal como Rui Santos também já foi deputado socialista no Parlamento, repete o terceiro lugar na lista. Susana Barroso e Carlos Martins são os outros dois elementos efetivos.
Além dos candidatos dos três partidos e coligações que elegeram deputados pelo círculo de Vila Real em 2024 (AD, PS e Chega), mais 10 apresentaram candidaturas ao sufrágio de 18 de maio. O Ergue-te apresenta como cabeça de lista Maria Irene Costa, o PPM (Edgardo Madeira), a IL (Joana Ferreira), a CDU (José Luís Ferreira), o Livre (Luís Ramalho), o BE (Anabela Oliveira), o PAN (Rui Almeida), o ADN (João Cabeço), o Volt (Sílvia Mourinha) e o R.I.R. (António Oliveira).
O distrito de Vila Real vota tradicionalmente no PSD nas eleições legislativas. Este domínio laranja só foi quebrado pelo PS nas maiorias absolutas de José Sócrates em 2005 e de António Costa em 2022.
Pormenores
Menos eleitores
O círculo eleitoral de Vila Real elege cinco deputados à Assembleia da República. Para as eleições de 18 de maio de 2025 tem 206.902 eleitores inscritos, menos que os 208.700 eleitores inscritos em 2024.
Eleições de 2024
A AD ganhou com 46.040 votos (39,33%) e elegeu dois deputados. O PS obteve 34.654 (29,60%) e também ficou com dois deputados. Em terceiro lugar e com um deputado ficou o Chega, que teve 20.032 (17,11%).
ADN surpreendeu
Em 2024, ficou em quarto lugar ao ter 2.958 votos (2,53%), ficando à frente do BE que obteve 2.865 (2,45%), IL com 2.378 (2,03%), CDU com 1.599 (1,37%), Livre com 1.592 (1,36%) e PAN com 1.062 (0,91%).