Entre janeiro de 2015 e o início de janeiro foram destruídos 41598 ninhos de vespa-velutina - conhecida como vespa-asiática -, e confirmados 1558 avistamentos do inseto no país.
Corpo do artigo
Os dados foram avançados ao JN pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) que esteve envolvido, há cinco anos, na criação do primeiro plano de ação para controlo da vespa e gere a plataforma eletrónica SOS Vespa, onde os cidadãos podem denunciar as ocorrências.
A praga chegou a Portugal em 2011, pelo Alto Minho, mas, segundo o ICNF, já se disseminou por quase todo o território, tendo maior expressão no litoral Norte. Atualmente, só os distritos de Beja, Évora e Faro escapam a esta predadora de abelhas, que regista em Portugal uma progressão média anual de cerca de 50 quilómetros, "em contraste com os cerca de 100 km/ano verificados em França, país onde esta espécie exótica invasora fez a sua entrada na Europa, em 2004", esclarece o ICNF.
143 municípios pediram apoio
Mesmo a avançar a um ritmo mais lento do que noutros países europeus, certo é que os meios da Proteção Civil não têm tido descanso. Há um ano, o Governo reconheceu mesmo "uma necessidade de intervenção urgente" e, através do Fundo Florestal Permanente, disponibilizou um milhão de euros que, depois, foi reforçado com mais 400 mil euros.
Segundo o ICNF, recorreram a este apoio 143 municípios, dos quais seis não foram contemplados por não possuírem um Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios, como era condição. Por parte das 137 autarquias elegíveis, já foram destruídos 16 684 ninhos entre 25 645 que foram propostos. Isto é, só num ano, foram exterminados quase um terço do total de ninhos contabilizados na plataforma SOS Vespa.
Para maior eficácia no combate à invasora, há dois anos, o Ministério da Agricultura avançou com uma Comissão de acompanhamento para a vigilância, prevenção e controlo da vespa-velutina, que deu formação a quase um milhar de pessoas, nomeadamente, técnicos da administração central, organizações de apicultores e de caça, além de outras entidades como bombeiros.
A vespa-asiática é, essencialmente, um predador de outras vespas e de abelhas, constituindo uma das pragas da colmeia e um problema para a apicultura, que tem apontado quebras de produção. Contudo, não é considerada mais perigosa para os seres humanos do que a vespa europeia.
Pormenores
Patas amarelas - A vespa-velutina tem cabeça preta com face laranja ou amarelada. O corpo, de grandes dimensões, é castanho-escuro ou preto, aveludado, delimitado por uma faixa amarela. As asas são escuras e as patas castanhas, com pontas amarelas, o que leva a que, também, seja designada como vespa das patas amarelas.
Cabem 13 mil num ninho - Os ninhos têm uma forma redonda ou em pera, com uma abertura. Cada ninho pode albergar entre 2000 e 13 mil vespas e mais de 150 fundadoras, que no ano seguinte poderão vir a criar pelo menos seis novos ninhos.