A diretora-geral da Saúde admitiu, este sábado, que o número de infetados pelo vírus do sarampo em Portugal pode aumentar, sobretudo através de casos oriundos do estrangeiro.
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"Existe um risco elevado de termos casos importados [de sarampo] em Portugal. Mas o que é importante de referir são as nossas boas coberturas vacinais. Por isso, reforço a ideia de mantermos estas boas coberturas. Aquilo que acontece, é que o vírus depois não se propaga", salientou Rita Sá Machado à RTP, este sábado.
Desde janeiro deste ano, foram detetados nove casos de sarampo em Portugal. O último infetado é um adolescente de 16 anos, que não está vacinado contra o vírus. O jovem veio de um país da União Europeia e está a residir na região de Lisboa e Vale do Tejo. Não há qualquer ligação com os restantes oito casos confirmados de sarampo, que tiveram maioritariamente origem no estrangeiro.
De acordo com a Direção-Geral da Saúde (DGS), no total, desde janeiro deste ano, foram confirmados nove casos de sarampo em Portugal: seis na região Norte e três em Lisboa e Vale do Tejo.
Esta semana, o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC, a sigla em inglês) apontou que os casos de sarampo deverão continuar a aumentar nos próximos meses nos países da União Europeia e do Espaço Económico Europeu, devido à pouca cobertura vacinal contra o vírus em alguns locais. Desde o início de 2024, foram confirmadas 1861 infeções e sete mortes por sarampo na Europa, segundo o ECDC. A última morte por sarampo registada em território europeu foi no ano de 2020.
Dentro da União Europeia, Áustria e Roménia são os países mais atingidos pelo sarampo. Fora da União Europeia, é o Reino Unido. "O Reino Unido e esses países têm coberturas subótimas vacinais contra o sarampo. Por isso, é que a propagação do vírus é assim tão elevada", acrescentou a diretora-geral da Saúde à RTP, que lembrou também a preponderância dos movimentos antivacinais naqueles países.
Segundo a BBC, desde outubro do ano passado, foram confirmados 521 casos de sarampo no Reino Unido. Estima-se que mais de 3,4 milhões de crianças abaixo dos 16 anos, em Inglaterra, estejam desprotegidas contra o vírus, porque não foram vacinadas ou não completaram o esquema vacinal.