Todos os dias, as impressões de Ana Martins e Paulo Pinto Mascarenhas sobre o dia-a-dia da campanha para as legislativas.
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É sintomático que o resultado das eleições na Grécia não tenha merecido mais do que uma nota de rodapé no dia de ontem. Costa, a quem foi colocado o rótulo de radical esquerdista, salientou apenas que os gregos recusaram um governo de Direita. Procurando aceder aos medos mais básicos dos cidadãos, a coligação continua o caminho da comparação forçada entre realidades bem divergentes. O facto de a troika ter chegado à Grécia por razões substancialmente diferentes das de Portugal, ou o facto de, a priori, a magnitude da austeridade em Atenas ter sido muito mais elevada do que a nossa, parece interessar pouco a quem usufrui tanto do simplismo da mensagem.
Ana Martins, Docente e investigadora em Psicologia
Com a vitória do Syriza na Grécia em pano de fundo, mantém-se a discussão sobre o futuro da Segurança Social. Ao contrário dos líderes socialistas europeus, desta vez António Costa não festejou os resultados de Atenas, preferindo insistir que não há margem para acordos pós-eleitorais em Portugal, ainda que o PS preveja cortes de mais de mil milhões nos apoios sociais. Sabendo-se da pesada austeridade do terceiro resgate helénico, sobra uma pergunta: se Costa fosse grego, aprovaria o próximo orçamento de Tsipras?
Paulo Pinto Mascarenhas, Consultor de Comunicação