Um estudo da prestigiada universidade norte-americana Carnegie Mellon revela que o consumo de fruta e vegetais leva à emissão de mais gases com efeito de estufa e ao gasto de mais água e energia.
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O estudo compara o custo ambiental de produzir uma caloria de frutas e vegetais com outro tipo de alimentos, como carne de porco, e conclui que a alimentação vegetariana é mais prejudicial ao ambiente. Uma caloria de alface, por exemplo, "é três vezes pior em termos de emissão de gases com efeito de estufa do que [uma caloria de] bacon", dizem os investigadores, citados pelo jornal diário "Independent". Além da alface, o estudo cita ainda a beringela, o aipo e o pepino como mais prejudiciais ao ambiente do que a carne de porco ou frango.
Até agora, os estudos têm-se centrado na comparação entre o custo ambiental de produzir proteína animal, comparada com o custo da proteína de origem vegetal. O que o Carnegie Mellon fez foi alterar a abordagem, comparando o custo de produção por caloria. Foram medidas as quantidades de energia e água necessárias, bem como a emissão gases com efeito de estufa.
As conclusões apontam para o impacto negativo sobre o meio ambiente que uma alimentação mais saudável pode ter. É um equilíbrio "complexo, atendendo à atual forte pressão para reduzir o aquecimento global e à epidemia de obesidade que alastra sobretudo pelo mundo desenvolvido", admite Michelle Tom, coautora do estudo, ao "Independent".
Considerando todo o processo, desde o cultivo ao consumo, passando pelo transporte e armazenamento, uma alimentação baseada apenas nas recomendações das autoridades norte-americanas levaria a um aumento de 38% no uso de energia, de 10% no consumo de água e de 6% na emissão de gases com efeito de estufa. Isto num cenário em que as pessoas comiam menos carne e só consumiam o número recomendado de calorias, diz a revista "Scientific American". A conclusão é surpreendente, nota o investigador Anthony Froggatt, da britânica Chatham House.
A criação de gado continuar a ser responsável por até 51% da emissão de gases prejudiciais ao meio ambiente, de acordo com alguns estudos, mas "não se pode presumir que qualquer dieta vegetariana terá pouco impacto no ambiente", disse Paul Fischbeck, um dos autores do estudo.