A direção nacional do PSD terá negociado o acordo que permitiu ao partido formar governo nos Açores com o apoio do Chega, além do CDS e do PPM.
Corpo do artigo
O vice-presidente social-democrata Morais Sarmento rejeitou a existência de qualquer acordo nacional entre PSD e Chega para a viabilização do governo nos Açores, em declarações proferidas à TVI, no passado sábado.
Dois dias depois, foi o líder do partido, Rui Rio, a garantir que o acordo de governação de direita nos Açores foi desenhado apenas pelos partidos no arquipélago. "Não fui eu, nem o PSD nacional que negociou o que quer que seja com o Chega", disse, na segunda-feira.
As versões de Sarmento e Rio são contrariadas por uma notícia do jornal "Expresso", que esta sexta-feira chegou às bancas, com dia de antecedência, por força do recolher obrigatório decretado para o fim de semana.
Segundo o Expresso, os líderes dos dois partidos estiveram envolvidos nas negociações desde que o PS perdeu a maioria absoluta nos Açores e surgiu a hipótese de formar um governo regional de Direita.
"Em Lisboa, foi apontado um pivô para conversar com o presidente e deputado único de Chega", escreve o "Expresso", adiantando que "Adão e Silva, líder parlamentar dos sociais-democratas, chegou a reunir discretamente com Ventura na Assembleia da República, três dias após as eleições açorianas".
Ainda segundo aquele semanário, "foi combinada para a mesma semana uma conversa pessoal entre Rio e Ventura que nenhuma das partes confirma ter ocorrido", mas que algumas fontes garantem ter acontecido.
PSD desmente "Expresso"
Em comunicado enviado às redações, cerca das 12 horas desta sexta feira, o PSD desmentiu, em comunicado, a notícia avançada por aquele semanário.
"A Comissão Permanente do PSD lamenta profundamente que a direção do jornal Expresso tenha decidido fazer (mais) um claro frete político ao Partido Socialista através de um título de primeira página que é objetivamente mentira", lê-se no curto comunicado enviado às redações.
O texto, de três linhas, reitera que "não há qualquer entendimento a nível nacional" com o Chega e que a negociação "foi feita a nível regional".