Direita concorda que localização do aeroporto seja escolhida pelo próximo Governo
PSD, Chega e IL concordam com a decisão, confirmada esta terça-feira pelo primeiro-ministro, de que a localização do novo aeroporto de Lisboa seja decidida pelo próximo Governo. À Esquerda, BE e PCP preferiam que as obras começassem o quanto antes.
Corpo do artigo
O líder do PSD, Luís Montenegro, garantiu que a escolha da localização do aeroporto será “uma das primeiras decisões” que tomará caso chegue ao poder e anunciou a criação de um grupo de trabalho para avaliar o tema.
“Se for primeiro-ministro a partir de março, esta será uma das primeiras decisões que nós vamos tomar”, anunciou Montenegro. Também defendeu que a localização do aeroporto não deve ser tema na campanha eleitoral e que a decisão seja tomada recorrendo a um consenso partidário “o mais abrangente possível”.
Embora concorde que o relatório da comissão independente “terá de ter peso” na escolha, Montenegro defendeu que o poder político “não tem de acatar nada” do que lá vem escrito. Comprometeu-se apenas a analisar as recomendações anunciadas esta terça-feira.
Aeroporto atual terá obras "imediatas"
André Ventura, do Chega, apelou a um consenso entre “os quatro maiores partidos”, frisando que “quem esperou 50 anos pode esperar três meses” até à decisão do futuro Executivo. Rui Rocha, da IL, disse ser necessário “respeitar” as conclusões da comissão técnica, concordando que um tema que exige “alguma prudência” fique a cargo do Governo que sair das legislativas de março.
Paula Santos, do PCP – partido defensor da solução Alcochete –, anteviu que os maiores partidos irão "minar" o relatório da comissão técnica por este ir contra os interesses da dona da ANA, a Vinci, que preferiria o Montijo. Pedro Filipe Soares, do BE, acusou PS e PSD de “brincarem com coisas sérias” por adiarem a decisão, acusando os sociais-democratas de “cálculo eleitoral”. Também validou a opção Alcochete.
O primeiro-ministro anunciou que o Conselho de Ministros de quinta-feira, no Porto – o último antes da demissão do Governo – imporá à ANA a realização de obras “imediatas” no aeroporto Humberto Delgado, entre elas a ampliação do terminal 1. António Costa manifestou “inveja” por não ser ele a decidir a localização.
Pedro Nuno Santos, ex-ministro das Infraestruturas e candidato a líder do PS, preferia que as obras avançassem já, porque o país já “arrastou demasiado os pés”. José Luís Carneiro, também candidato, disse que os partidos devem construir um consenso “tão alargado quanto possível”.