PSD e CDS-PP reagiram aos números do défice do primeiro semestre reiterando o défice de 2,8% registado pelo INE está acima da meta do Governo.
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O PSD insistiu esta sexta-feira que o caminho que está a ser seguido não permitirá ao Governo cumprir com as metas traçadas, considerando que os números divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) desmentem a "propaganda" do primeiro-ministro.
"O caminho que o Governo leva, conforme dizem todas as instituições internacionais, e hoje é confirmado, não permitirá cumprir as metas traçadas pelo Governo", afirmou o vice-presidente da bancada do PSD, António Leitão Amaro, em declarações aos jornalistas no parlamento.
Segundo o INE, o défice das administrações públicas foi de 2,8% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro semestre deste ano, uma diminuição face aos 4,6% registados no período homólogo.
A propaganda não durou 24 horas
Apesar da redução homóloga verificada, o valor do défice até junho, de 2,8% do PIB, está acima da meta do Governo para este ano, que é 2,2%, e está também ligeiramente acima da estimativa apresentada pela Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO), cujo valor central era de 2,7% de défice na primeira metade do ano.
Referindo-se à intervenção do primeiro-ministro, António Costa, na quinta-feira, durante o debate quinzenal na Assembleia da República, Leitão Amaro sublinhou que ficou claro que "a propaganda não durou 24 horas".
"A propaganda que o primeiro-ministro veio ontem trazer à Assembleia não durou 24 horas, ficou claro hoje que o crescimento abranda, as exportações estão a cair e o investimento a cair", vincou.
Questionado se entende que o primeiro-ministro "mentiu", o vice-presidente da bancada social-democrata apenas disse que "os números são evidentes" e que "foi o INE que desmentiu" António Costa.
No mesmo sentido, a vice-presidente da bancada do CDS-PP Cecília Meireles assinalou que o défice de 2,8% registado no primeiro semestre está acima da meta do Governo e lembrou que os últimos seis meses do ano serão "exigentes".
"O número divulgado pelo INE [Instituto Nacional de Estatística] e que corresponde a um défice de cerca de 2,8% no primeiro semestre significa que o défice está acima da meta com que o Governo comprometeu que é de 2,2 para o ano de 2016. No segundo semestre vamos ter que olhar com atenção para a maneira como as contas públicas se vão desenvolver para perceber se a meta vai ser cumprida ou não", afirmou Cecília Meireles, em declarações jornalistas no parlamento.