Reclamam que máscara passe a ser obrigatória no 1º Ciclo e que famílias cumpram as regras.
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O 2.º período arranca esta segunda-feira com aulas presenciais. Até ao dia 21, professores e funcionários de escolas públicas e privadas serão testados à covid-19. O presidente da Associação Nacional de Diretores (ANDAEP), Filinto Lima, e o líder da Federação Nacional de Professores (Fenprof), Mário Nogueira, defendem que a testagem deve ser alargada aos alunos e repetida durante o ano letivo.
"Só espero que esta testagem massiva seja regular, por exemplo, uma vez por mês, e que depois de professores e funcionários sejam os alunos testados", defende Filinto Lima. Mário Nogueira concorda que o rastreio seja alargado aos alunos e se faça com alguma regularidade. O JN interpelou a Direção-Geral da Saúde e os ministérios da Educação e da Saúde sobre a possibilidade de os alunos virem a ser testados, tal como aconteceu no arranque do ano letivo com os do 3.º Ciclo e Secundário, mas não recebeu resposta até ao fecho da edição. No referencial publicado sexta-feira pela DGS, que atualiza as regras de isolamento, é mencionada a possibilidade de novos testes face a casos positivos.
O processo de testagem aos profissionais de escolas públicas e privadas irá decorrer até dia 21. O calendário e horário foram articulados entre os estabelecimentos e os laboratórios que irão fazer os testes às escolas.
Apelo a Graça Freitas
"Além da vacina a máscara é a outra arma que temos contra o vírus. Penso que é tempo de a dr.ª Graça Freitas se voltar a pronunciar sobre o uso de máscaras no 1.º Ciclo", apela Filinto Lima, recordando que, no 1.º período, muitos dos surtos foram em escolas do 1.º Ciclo onde o uso de máscara é apenas recomendado e os alunos não estavam vacinados.
Mário Nogueira não tem dúvidas. "O uso de máscaras nas salas de aula devia ser obrigatório, até porque as temperaturas estão muito baixas e não é fácil estar todo dia com as janelas e portas abertas", afirma, voltando a defender que o distanciamento nas salas devia passar de um para metro e meio.
Já o presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE), Manuel Pereira, não assume a defesa do uso obrigatório de máscaras no 1.º Ciclo, mas sublinha que muitos agrupamentos, como o seu, "aconselharam vivamente" e os alunos usam. "O papel das escolas é ajudar a educar e quando é transmitida de forma clara a razão pela qual uma regra deve ser seguida, os alunos entendem e cumprem", argumenta.
Com a alteração na regra dos isolamentos, os diretores acreditam que o 2.º período irá decorrer integralmente de forma presencial e sem as quebras constantes provocadas pelo envio de turmas inteiras para casa.
"As escolas estão preparadas. Precisamos que as famílias imitem as escolas quanto ao cumprimento das regras e apoiem os alunos", frisa Manuel Pereira. Filinto Lima insiste que nenhuma escola vai "baixar a guarda".