Dívidas da Fundação para a Ciência e a Tecnologia asfixiam tesouraria dos laboratórios científicos
Valor ultrapassa os 98 milhões. Instituições apontam o dedo ao subfinanciamento, à política de cativações e a alguma ineficiência.
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A prestação de contas foi feita pelo próprio ministro da Educação e Ciência, na passada semana, no Parlamento. A Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) devia, em junho deste ano, 98,7 milhões de euros às instituições, com quase metade em falta há mais de seis meses. Ao JN, os reitores falam em aperto de tesouraria e investimentos adiados por conta de um problema que leva anos. A FCT, por sua vez, “informa que os pagamentos estão a ser efetuados”.
No top 10 revelado por Fernando Alexandre dos maiores credores estão as universidades do Porto (8,8 milhões), Aveiro (8,7) e Coimbra (8,4). O reitor de Aveiro explica que os atrasos não têm tido impacto nos salários, mas causam “desequilíbrios” e “problemas de tesouraria”. Estes financiamentos, explique-se, funcionam contra fatura. Paulo Jorge Ferreira não veria problemas se as instituições tivessem “algum adiantamento logo à partida e depois trabalhavam sobre reembolso, mas com um prazo máximo”.