Divulgação de resultados parciais é "forma de condicionamento" do voto, diz Carneiro
José Luís Carneiro, candidato às eleições internas do PS, considera que os resultados provisórios do escrutínio - que dão vantagem a Pedro Nuno Santos - não deveriam ter sido divulgados antes do encerramento das urnas.
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Este sábado, momentos depois de ter votado, em Baião, Carneiro recusou comentar os resultados provisórios, que dão cerca de 64% à candidatura de Pedro Nuno e apenas cerca de 34% à sua.
"Do meu ponto de vista nem deviam ser conhecidos os resultados parciais porque, como aliás acontece nas eleições gerais, acaba por ser uma forma de condicionamento", afirmou.
Questionado sobre se ainda acredita que o "voto silencioso" - expressão que usou na sexta-feira - ainda lhe possa dar a vitória, Carneiro lembrou que "60% dos militantes votam hoje". Disse confiar muito "no voto livre" de cada militante, frisando que essa vontade "deve ser respeitada escrupulosamente" tanto nas eleições do país como "dentro dos partidos".
"A garantia de que cada homem e mulher, quando vão exprimir a sua vontade, o fazem sem quaisquer tipos de condicionamento ou de constrangimento é mesmo o fator essencial da qualidade da nossa democracia", reforçou Carneiro.
O ainda ministro da Administração Interna insistiu que "a melhor forma de respeitar os votos" é não divulgar informações que possam "condicionar" o sentido de voto. "Essa é a razão por que entendo que não deviam ser conhecidos os resultados parciais", repetiu.
Questionado sobre o seu futuro, apenas disse: "Aqui estamos e aqui vamos continuar a estar". Garantiu ainda que contará com António Costa na campanha das legislativas caso venha a ser eleito secretário-geral do PS.
As urnas abriram na sexta-feira e fecham às 22 horas deste sábado. O vencedor só deve ser conhecido depois das 23 horas.