O reforço das competências digitais foi anunciado em 2017, mas a pandemia acelerou a revolução tecnológica na Educação.
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A promessa feita por António Costa, em abril de 2020, de universalização no acesso já foi cumprida. Às escolas chegaram cerca de um milhão de portáteis, cujos últimos milhares estão ainda a ser distribuídos aos alunos. A digitalização do ensino não se fica pelo acesso, a formação de 110 mil professores também já avançou e, este ano, começa a ser alargada a capacidade de rede.
"A fase seguinte é usar o novo material diariamente nas salas de aula. É, por exemplo, os alunos levarem os portáteis nas mochilas para a escolas em vez dos manuais em papel. Esta mudança de paradigma do ensino é o maior desafio para alunos, professores e pais mas é o caminho", defende o presidente da associação de diretores (ANDAEP), Filinto Lima.
Os computadores são emprestados aos alunos pelo ciclo de ensino. Depois dos 450 mil equipamentos entregues aos alunos abrangidos pela Ação Social Escolar, em dezembro, começaram a ser distribuídos 600 mil, num investimento global de quase 400 milhões de euros. Até 2023, está prevista a formação de 110 mil docentes, no âmbito do plano de capacitação digital.
Recusas de pais
Outra medida do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) é o alargamento da rede. Um investimento de 150 milhões de euros para ser executado durante este ano e o próximo para garantir cobertura wi-fi nos espaços escolares.
Tanto Filinto Lima como o presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE), Manuel Pereira, admitem ter conhecimento de "vários pais"´ que recusam o empréstimo dos equipamentos, por já terem material ou recearem terem de pagar eventuais danos.
"As famílias têm de compreender que o computador é um instrumento de trabalho que não é só preciso para as aulas online", insiste Filinto Lima.
Manuel Pereira assegura que as escolas ficam com cerca de 10% dos equipamentos recusados. O PRR, recorde-se, também prevê a aquisição de 15 mil computadores para as secretarias e de 40 mil equipamentos de projeção para as salas de aula.
"A pandemia mostrou que as escolas não estavam suficientemente preparadas para esta transição, agora já o estão. O ensino não tem outra alternativa senão digitalizar-se e ir ao encontro dos alunos do século XXI", defende.
Outras medidas
Laboratórios
Está prevista a instalação de 1300 laboratórios de Educação Digital com kits de robótica, impressoras 3D ou máquinas de gravação e corte a laser, por exemplo.
Exames digitais
A disponibilização de e-books em bibliotecas escolares e a desmaterialização dos processos de avaliação externa também estão previsto no âmbito do PRR, num investimento de 94 milhões de euros, até 2025.