Há 40 licenciaturas com média de acesso superior a 17 valores. A Universidade do Porto tem 42% dos colocados.
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No Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior (CNAES) em curso, praticamente duplicaram, face a 2020, os cursos com maior concentração de melhores alunos. São agora 40 as formações com nota de candidatura superior a 17 valores, 85% dos quais em instituições de Lisboa e Porto. Com a novidade, neste ano, da entrada do Politécnico do Porto e das universidades de Coimbra, Aveiro, Beira Interior e Madeira.
Índice relaciona o número de candidatos em 1.ª opção no concurso do último ano com nota igual ou superior a 17 valores face ao número de vagas iniciais fixadas.
Contas feitas, na 1.ª fase do CNAES, cujos resultados foram conhecidos no passado fim de semana, o número de colocados em cursos de excelência aumentou 7%, para os 4893. Mesmo assim, abaixo da subida de 19% verificada no ano passado, quando a maioria das instituições de Ensino Superior aproveitou as recomendações da tutela para aumentar ao máximo as vagas naqueles cursos.
De acordo com dados facultados ao JN pelo Ministério da Ciência e Ensino Superior, daquele universo, a Universidade do Porto responde por 42%, com 2049 colocados nos cursos com maior concentração de bons alunos. Na 1.ª fase de acesso, recorde-se, a UPorto contou com cinco cursos no top 10 de nota do último candidato mais elevada. Segue-se a Universidade de Lisboa, com 11 cursos de excelência a colocar 1156 estudantes; e a Nova de Lisboa, com 847 colocados.
Mais instituições
Mais de 49 mil estudantes ficaram colocados na 1.ª fase de acesso, numa quebra de 3% face a 2020, com 23% dos candidatos a não conseguirem um lugar.
Se, no passado, na lista de 21 cursos apenas figuravam as universidades de Lisboa e Porto, agora o panorama alterou-se. Desde logo, com a entrada do curso de Engenharia e Gestão Industrial do Instituto Superior de Engenharia do Politécnico do Porto, com 45 colocações. Mas também com a entrada das universidades de Coimbra (Medicina, Relações Internacionais e Medicina Dentária, 358 colocados), Aveiro (Engenharia Informática, 69), Madeira (Medicina, 38) e Beira Interior (Medicina, 142).
Numa análise por áreas de estudo, Medicina e Engenharias - que, de ano para ano, disputam as melhores médias de entrada - lideram. Medicina colocou 1463 alunos num total de sete cursos de excelência e Engenharias 1346 estudantes em 11 licenciaturas.
A possibilidade de as instituições poderem aumentar vagas nos cursos de excelência foi introduzida, pela primeira vez, no concurso de 2019. Na altura, foi vista como uma forma de compensar as instituições de Lisboa e Porto da obrigatoriedade de cortarem as vagas em 5%, numa lógica de coesão territorial.