Dúvidas de Marcelo, certezas de Nóvoa e apelos de Belém no segundo dia de campanha
Dúvidas sobre o serviço militar de Marcelo, as certezas de Sampaio da Nóvoa de que disputará uma segunda volta e apelos ao voto de Edgar Silva e Maria de Belém marcaram o segundo dia da campanha eleitoral para as presidenciais. Veja as imagens.
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O segundo dia de campanha para as presidenciais de dia 24 começou com Marcelo Rebelo de Sousa a recusar na Guarda entrar em "polémicas pessoais", depois de dúvidas lançadas por um mandatário de Sampaio da Nóvoa sobre se tinha cumprido o serviço militar.
Questionado pelos jornalistas, Marcelo admitiu que não o tinha feito e lamentou que haja "animosidade durante o período de campanha" entre "pessoas que se davam bem entre si".
"Eu tenho-me recusado a entrar em polémicas pessoais. Acho que daqui por doze dias, catorze dias, espero eu, se os portugueses assim o entenderem, há um vencedor, e que deve contar com a colaboração de todos", afirmou hoje, depois de no domingo à noite ter prometido que seria um Presidente de afetos.
Marcelo passou o segundo dia de campanha no norte, visitando o Museu do Côa, passeando pela Guarda e, já na Covilhã, falando sobre a dificuldade em fazer o Orçamento do Estado na área da Educação. Ainda na Guarda, classificara-se como o candidato que vem "da esquerda da direita", comparando com a campanha de 1986, na qual o candidato Freitas do Amaral "vinha da direita da direita".
No sul, em Portimão, Maria de Belém não falou de afetos mas de uma presidência de "descrispação" e de investimento na estabilidade e na serenidade. E depois, já em Beja, prometeu, se for eleita, que irá influenciar no sentido de ajudar a resolver as desigualdades entre territórios.
Ainda em Beja, a candidata defendeu uma atuação do Presidente pela positiva, prometendo dar visibilidade ao que corre bem, e insistiu no apelo ao voto, lançando um novo lema de campanha: "votem bem, votem Maria de Belém".
Mais veemente no mesmo apelo foi o candidato apoiado pelo PCP, Edgar Silva, que na Madeira (de onde é natural) disse que em democracia não existem vencedores antecipados e pediu que as pessoas votem no dia 24, "nem que chovam canivetes". Edgar Silva disse ser possível derrotar Marcelo, o candidato preferido nas sondagens.
Sampaio da Nóvoa andou, primeiro em Espinho e Oliveira de Azeméis, onde reiterou a sua visão de que vai existir uma segunda volta nas eleições para Belém, realçando que esse será o tempo da convergência em seu torno contra Marcelo Rebelo de Sousa.
"Vai haver segunda volta. Hoje é claro nas pessoas, nas ruas, naquilo que nos dizem, no que está a acontecer no país, que na verdade só agora despertou para as presidenciais", disse, antes de rumar a Aveiro.
Já no final da tarde, a candidata apoiada pelo Bloco de Esquerda, Marisa Matias, iria dizer ao Entroncamento, Santarém, que Rebelo de Sousa "baixou um bocadinho fasquia" eleitoral e está a preparar-se "para fazer de uma derrota uma vitória" na primeira volta.
Na zona de Coimbra estiveram os candidatos Henrique Neto e Paulo de Morais, o primeiro a dizer que o primeiro-ministro devia ter explicado ao país, com detalhe, as condições de venda do Banif, e o segundo a criticar o "verdadeiro eucaliptal" em que Portugal está transformado.
Em Faro, o candidato Cândido Ferreira apelou ao primeiro-ministro para que haja um aumento dos meios de luta da Procuradoria-Geral da República contra os "crimes de colarinho branco".