Casal de Lousada acolhe, desde agosto, um bebé de um ano e meio, que revelado uma evolução "extraordinária".
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Há algum tempo que José Carneiro e Maria José Arrulo, com 55 e 56 anos, acalentavam o desejo de serem família de acolhimento, uma resposta que conheceram através da associação Mundos de Vida, da qual são vizinhos, em Lousada. Foi ainda antes de se tornarem pais adotivos de Alexandra, em 2015, que puseram essa hipótese, que acabaria, no entanto, por ser adiada, até agosto último, quando acolheram o pequeno A., a dias de completar um ano de vida.
"Não temos filhos biológicos, mas sempre gostámos muito de crianças. E há tantas a precisar de ajuda", afirma José Carneiro, que, juntamente com a mulher, integra a Associação Portuguesa para o Acolhimento Familiar, criada com o intuito de divulgar este tipo de resposta junto da comunidade. Uma causa que, defende, tem de estar "mais presente", para que um maior número de crianças possa ter alternativa à institucionalização.
Foi o que aconteceu com o menino que a família de José Carneiro acolheu. Nem mesmo o facto de o bebé ter problemas respiratórios os fez hesitar. "Não podemos escolher uma criança só porque é saudável. Se fosse nosso filho biológico, não tínhamos essa opção", alega, contando que o segundo dia de acolhimento foi passado no hospital, onde o menino seria sujeito a uma cirurgia que estava programada.
Oito meses passados, o casal - ambos são mediadores de seguros - olha para esta experiência como uma fase "excecional" da sua vida. "É um menino que nos dá muito. Trouxe uma grande felicidade a toda a família", afiança José Carneiro, que destaca o impacto que o bebé teve na filha, hoje com 14 anos.
"Foi a maior alegria para ela. Ao início, criou um sentimento de grande proteção à volta dele. É o seu irmão de coração." A jovem sabe, no entanto, que esta é uma situação temporária e que "um dia" - não se sabe ainda quando - o menino irá embora, para regressar à sua família biológica, quando esta estiver preparada para o receber.
"Sabemos que não vai ser fácil. Mas há que viver o momento e dar-lhe tudo o que pudermos enquanto pudermos. O importante é o bem que lhe estamos a proporcionar",assegura José Carneiro, considerando que a maior recompensa para a família "é sentir que ele está feliz" e que progride a cada dia que passa. "É uma doçura e notamos nele uma evolução extraordinária. Saber que o estamos a ajudar é a melhor e maior das compensações."