Análise do antigo ministro David Justino apontava que 40% das escolas do 1.º Ciclo tinham menos de 15 alunos.
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O Edulog, grupo de reflexão da Fundação Belmiro de Azevedo para a área da Educação, acaba de anunciar a retirada, do domínio público, do estudo realizado pelo antigo ministro David Justino que, numa primeira versão, concluíra que 40% das escolas do 1.º Ciclo tinham menos de 15 alunos. Numa nota de esclarecimento, explicam que "após análise mais alargada" não foi possível "retirar conclusões finais".
Em causa está o trabalho de investigação "Necessidades de Professores: deficit ou ineficiência na gestão da oferta do ensino?" realizado pelo antigo ministro da Educação e divulgado a 25 de fevereiro. Numa primeira versão, afirmava-se que quatro em cada dez escolas do 1.º Ciclo (1.º ao 4.º ano) tinham menos de 15 alunos, num sinal de desregulação do sistema. Sendo os cálculos de imediato questionados e criticados, levando a uma revisão do estudo.
Três dias volvidos, em declarações ao JN, David Justino explicava ter sido "tudo recalculado, mas só no capítulo da dimensão das escolas". Esclarecendo que, inicialmente, “a contagem foi feita ano a ano e a mesma escola foi contabilizada mais do que uma vez”. Alterados os critérios, “contando ciclo a ciclo, os valores são inferiores”. Estando, então, "próximo dos 10%" as escolas do 1.º Ciclo com menos de 20 alunos, adiantava.
Contudo, esclarece agora o Edulog, a nova análise levada a cabo pela equipa de investigação, após ter sido detetado "um erro na contagem do número de escolas com menos de 20 alunos", não permite "retirar conclusões finais". De acordo com a nota de esclarecimento enviada na manhã desta quinta-feira às redações, "identificadas que foram divergências nos valores das diferentes bases de dados, decorrentes da natureza e critérios distintos na sua constituição, entendeu o Edulog não poder retirar conclusões finais".
Decidindo, por isso, retirar o trabalho do domínio público. Responsabilidade que decorre do compromisso daquele "think tank" com "a garantia da total transparência e qualidade de informação", pedindo "desculpa pela perturbação e pela controvérsia a que a sua divulgação deu lugar.