Especialistas em segurança rodoviária acreditam que vistorias técnicas permitem atestar condições de circulação dos veículos, contribuindo para melhorar a segurança e controlar as emissões de gases poluentes emitidas por motociclos. Já os motoclubes aplaudem proposta do PSD e realçam que as inspeções são desnecessárias
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A notícia do fim anunciado das inspeções obrigatórias nos motociclos foi bem recebida junto das associações de motociclistas e motoclubes portugueses, que se posicionam manifestamente contra a entrada em vigor da medida. Ainda assim, o revés na lei está a ser criticado por especialistas em segurança rodoviária. A inspeção obrigatória dos motociclos estava prevista desde 2012, mas não vai ser aplicada no início de 2025, como previsto. O PS e o Chega vão viabilizar a proposta do PSD que prevê a eliminação destas vistorias.
Além de "irresponsabilidade política", João Dias, professor no Departamento de Engenharia Mecânica do Instituto Superior Técnico, diz que se trata de uma oportunidade perdida para controlar tudo o que são questões de "segurança e de emissão poluentes" associadas a estes veículos. O especialista atesta que Portugal "tem um problema muito grave de mortalidade com motociclos" e, aponta desde logo, que as vistorias técnicas permitiriam controlar a média de quilómetros percorridos e a idade das motas, uma vez que "motociclos mais antigos representam muito maior risco para os seus ocupantes em termos de lesões".