A nova vice-presidente do PSD desvalorizou, este domingo, as vaias de que foi alvo quando foi chamada ao palco do congresso do partido. Elina Fraga garante que a posição que adotou contra o Governo de Passos e antiga ministra da Justiça "coincide" com o pensamento de Rui Rio. E com o de Sá Carneiro: "primeiro Portugal e depois o partido".
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"Estou muito tranquila", disse, à saída do palco, poucos minutos depois de Rui Rio ter saído pelas traseiras do Centro de Congressos de Lisboa em direção ao estacionamento. "Não há nenhum problema", atirou, em relação à reação da sala, quando foi lido o seu nome como vice-presidente do núcleo duro do novo líder.
A social-democrata alegou que, durante esta reunião magna do PSD, vários militantes deram-lhe apoio por ter apresentado, quando era bastonária da Ordem dos Advogados, uma queixa-crime contra os governantes do Executivo de Passos e Portas, que aprovaram num Conselho de Ministros o Mapa Judiciário traçado pela ministra Paula Teixeira da Cruz.
"Fui acompanhada nessa luta por muitos militantes do PSD, que me manifestaram neste congresso pessoalmente o seu apreço e a sua consideração por ter seguido aquilo que foi a principal frase de Sá Carneiro: "Primeiro Portugal, depois o partido, e depois, e só em último lugar, a circunstância pessoal de cada um de nós", salientou a advogada, sobre que, mesmo tendo sido alvo de assobios dos congressistas, disse estar "animada" e "convicta" com "o novo ciclo do PSD".
"O dr. Rui Rio tem um pensamento que coincide, em muito, com aquilo que foram as defesas que eu fiz, não só na Justiça, mas também para o país, onde combati as graves assimetrias regionais", disse, referindo-se ao encerramento dos tribunais em vários municípios do Interior, em 2014.
Segundo Elina Fraga, a queixa que moveu contra o Governo PSD/CDS não foi "nenhuma queixa em nome individual". "Apresentei uma queixa em nome da Ordem dos Advogados, enquanto bastonária, num acto que foi subsequente a uma deliberação da Assembleia Geral da Ordem dos Advogados, onde participaram os advogados e aprovaram essa queixa - advogados do PSD, do PP, do PS, tendo sido até uma das assembleias gerais mais participadas dos 90 anos da história da Ordem dos Advogados", explicou.