Emigrante tem chips para diabetes "essenciais para viver" retidos há mais de um mês
José Martins, 56 anos, precisa de cinco chips fundamentais para controlar a sua doença de diabetes, mas estes estão retidos na Alfândega de Lisboa há um mês e meio.
Corpo do artigo
"Não é uma encomenda enorme, são uns aparelhos simples que se metem nos braços para controlar os níveis de glicemia. Já desmaiei, ando numa aflição, e não posso fazer nada. Não posso viver sem aquilo", diz, desesperado. A encomenda corre o risco de ser devolvida.
O emigrante está em Cardigos, em Santarém, desde o início do ano. Tencionava regressar a Genebra, na Suíça, mas devido às restrições impostas por causa da Covid-19 não pode voltar ao país onde vive há 39 anos. A ex-mulher enviou-lhe os aparelhos, algumas máscaras e gel desinfetante, mas ficaram todos retidos há um mês e meio por razões que José não consegue explicar muito bem. Diz apenas que, na troca de e-mails com a Alfândega, já lhe pediram "justificações do preço dos aparelhos" e outros documentos "sem sentido".
"Já vejo mal por causa da diabetes, nem percebo bem os e-mails que me enviam. Estou a sofrer e da alfândega dizem que faltam sempre papéis, documentos e faturas comprovativas da compra", critica. Para José, tem existido um "excesso de zelo e de burocracia". "Gostava que compreendessem que é uma questão de vida e deixassem a burocracia de lado. Ainda por cima, não posso sair daqui. Estou aqui quase há quatro meses, mas por causa deste problema fiquei confinado", explica.
O JN tentou contactar a Alfândega de Lisboa, mas ainda não conseguiu até ao momento.