Começa, este sábado, no Porto o I Congresso Mundial de Redes da Diáspora. Gabinete de Apoio acompanhou 53 projetos que darão origem a 529 postos de trabalho.
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O Gabinete de Apoio ao Investidor da Diáspora (GAID) acompanhou, desde 2016, 53 projetos de investimento em Portugal, parte deles ainda em curso. Dos que se ergueram e deram origem a unidades fabris, "startups", negócios variados, estima-se que tenham sido investidos 122 milhões de euros e criados 72 postos de trabalho, informa a Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas. Hoje e amanhã, no Porto, realiza-se o I Congresso Mundial de Redes da Diáspora Portuguesa.
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O balanço da atividade do GAID dá conta, "entre investimento realizado e previsto, de um montante de 473 milhões de euros, com que se promoverá 529 postos de trabalho", refere o Governo. O GAID apadrinhou ainda 34 projetos de internacionalização, entre os quais a Rota do Azeite de Trás os Montes para o Brasil ou a Rota da Filigrana de Gondomar.
A iniciativa que hoje decorre no Porto pretende ser mais vasta do que os encontros de investidores de diáspora, que já vão em cinco edições. Neste, além de investidores e agentes políticos nacionais e locais, juntam-se representantes dos setores associativos, cientistas residentes no estrangeiro, ou seja, outros protagonistas das comunidades.
Marcelo Rebelo de Sousa, presidente da República, e António Costa, primeiro-ministro, estarão na sessão de abertura. Manuel Soares e André Jordão são alguns dos investidores convidados.
Captar investimento
O Governo assume o empenho em cativar investimento de emigrantes e emigrantes regressados. É nesse enquadramento que atua o GAID, em ligação com os gabinetes de Apoio ao Emigrante: 157 previstos e 142 em funcionamento.
A maioria dos portugueses emigrados não tem informação atualizada sobre programas de incentivo e empreendedorismo
Ainda assim, a informação não está a chegar a todos os interessados. Manuel Silva, de Vila Conde, ex-emigrante em Londres, não conseguiu obter resposta aos pedidos de ajuda.O secretário de Estado das Comunidades, José Luís Carneiro, refere que "a maioria dos portugueses emigrados, como está há muito tempo ausente do país, não tem informação atualizada sobre programas de incentivo e empreendedorismo, tanto ao nível regional como nacional, nem conhece as entidades criadas para esse efeito".
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, reconhece que "os investimentos da diáspora possuem uma característica muito relevante nas localidades de origem desses emigrantes que, deste modo, contribuem para o desenvolvimento e a diversificação das economias locais".
Caso
Recomeçar sem apoio em Vila do Conde
Manuel Silva, 33 anos, trocou a gestão de farmácias veterinárias em Londres, onde viveu de 2010 a 2018, por um negócio próprio: um café de jogos de tabuleiro, que abriu, em outubro de 2018, em Vila do Conde. Manuel não sentiu qualquer tipo de apoio. "Foi um choque. Andei sempre enervado nos primeiros meses, foram muitas as burocracias". Foi saber junto do Centro de Emprego da Póvoa de Varzim se podia ter ajuda. Ficaram de o chamar, mas nunca ligaram. Enviou emails para as autarquias das redondezas e apenas uma lhe respondeu, sem dar seguimento. "Não obtive respostas, fui ignorado". Arrendar um espaço também foi difícil: preferiam serviços.