Com o setor dos derivados do leite "no limite", devido ao aumento do gás e eletricidade, a diretora-geral da Associação Nacional dos Industriais de Lacticínios, Maria Cândida Marramaque, lamenta que as prometidas ajudas do Governo para as empresas ainda não tenham chegado ao terreno. As queixas surgem depois de, esta semana, o ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, ter anunciado um pacote de três mil milhões de euros de apoio à fatura energética.
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"As ajudas são importantes mas, com os preços que temos neste momento, temo pela continuidade de algumas indústrias porque há seis meses que vivemos com isto e quando é que chegam os apoios?", questiona Maria Cândida Marramaque.
Tempos "muito duros"
Segundo a diretora-geral da Associação Nacional dos Industriais de Lacticínios, há empresas que podem ter de fechar portas por não conseguirem suportar o crescimento "muito acentuado" da fatura energética.
"Infelizmente há muita gente que vai passar por momentos muito duros, eu não quero dizer desistir, porque é uma indústria que se mantém, mas vão passar tempos muito difíceis e não podemos descartar a possibilidade de encerramentos", afirma.
Maria Cândida Marramaque assegura que "mesmo com energias alternativas e que em toda a operação sejam feitas melhorias e otimizações para os custos serem mais reduzidos", os gastos com eletricidade e gás continuarão demasiado pesados para o setor. A penalizar as contas das empresas estão também o aumento de matérias-primas, como o cartão ou o plástico e do próprio leite, que subiu 80% no último ano.