Os enfermeiros dos hospitais privados anunciaram greve a 16 deste mês, nos turnos da manhã e da tarde, para exigir a regulação dos horários de trabalho, aumentos de 10% e 25 dias úteis de férias. No mesmo dia, os trabalhadores vão concentrar-se em frente ao Hospital Cuf Descobertas, no Parque das Nações, em Lisboa, num protesto marcado para as 11.30 horas. Este será um mês marcado por greves dos vários setores.
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Pela primeira vez, os enfermeiros que exercem em hospitais abrangidos pela Associação Portuguesa da Hospitalização Privada (APHP) vão estar em greve, exigindo a implementação de 35 horas semanais, o aumento salarial mensal para quem trabalha por turnos e o pagamento do regime de prevenção. Para o dia a seguir, 17 de março, está marcada a greve geral da Função Pública, anunciada pela Frente Comum, por aumentos salariais imediatos e a valorização de carreiras e dos serviços públicos.
No pré-aviso de greve, o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) recordou que, ainda em janeiro, 800 enfermeiros a exercer funções nos hospitais pertencentes aos grupos privados CUF, Luz e Lusíadas da área de Lisboa subscreveram um abaixo-assinado com estas reivindicações. Apesar de os lucros do setor terem aumentado exponencialmente nos últimos anos, os enfermeiros apontam que a APHP, ao fim de três meses de negociações com o SEP, continua a não aceitar nenhuma das propostas apresentadas.
"Decorridas quatro reuniões, só podemos considerar que os enfermeiros que exercem nestas instituições não estão a ser devidamente valorizados", advertiu a estrutura sindical.
Entre as reivindicações estão ainda a compensação das chamadas "horas penosas" , trabalhadas em noites, nos fins de semana e feriados, o aumento salarial em 10% para todos os enfermeiros e a atualização do subsídio de refeição para 8,10 euros.
Segundo o SEP, estas instituições estão abrangidas pelo Contrato Colectivo de Trabalho da APHP, que define a Carreira de Enfermagem aplicável nas 75 instituições privadas associadas na APHP.
Ainda no setor da saúde, os médicos estão em greve a 8 e 9 de março em resposta à proposta do Governo para fazerem trabalho noturno e urgências até aos 60 anos. Sem acordo à vista, a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) manteve o protesto.