Centenas de enfermeiros estão, esta sexta-feira, concentrados junto ao Palácio de Belém, em Lisboa, num protesto que marca o quinto e último dia de greve destes profissionais de saúde.
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Vestidos com t-shirts pretas, muitos dos enfermeiros exibem flores brancas e balões negros e alguns cartazes com palavras de ordem onde se pode ler "Basta!", "Respeito!" e "#Não sejas Adalberto!".
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Os enfermeiros cumprem esta sexta-feira o último de cinco dias de greve nacional e juntam aos vários protestos que têm realizado pelo país uma concentração junto ao Palácio de Belém e à Assembleia da República. Os sindicatos esperam a presença de cerca de cinco mil enfermeiros.
Luís Mós, delegado do sindicato dos Enfermeiros, disse à agência Lusa que são esperadas dezenas de autocarros com enfermeiros de todo o país.
Sobre a greve de três dias convocada pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, que não tem aderido aos recentes protestos, o sindicalista afirmou que ainda não há decisão sobre se vão aderir a essa paralisação (em outubro).
Durante os quatro primeiros dias de greve a adesão dos profissionais tem andado em valores entre os 80 e os 90%, segundo o Sindicato dos Enfermeiros, que marcou a paralisação em conjunto com o Sindicato Independente dos Profissionais de Enfermagem.
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Milhares de cirurgias programadas foram adiadas e muitas consultas canceladas.
Os enfermeiros reivindicam a introdução da categoria de especialista na carreira de enfermagem, com respetivo aumento salarial, bem como a aplicação do regime das 35 horas de trabalho para todos os enfermeiros, mas a Secretaria de Estado do Emprego considerou irregular a marcação desta greve, alegando que o pré-aviso não cumpriu os dez dias úteis que determina a lei.
Esta irregularidade da marcação determinada pelo Governo pode levar à marcação de faltas injustificadas aos enfermeiros que aderiram ao protesto.
O braço de ferro entre enfermeiros e Ministério da Saúde prolonga-se desde julho, com a reivindicação da integração da categoria de especialista na carreira.
Os enfermeiros de saúde materna e obstetrícia realizaram já dois protestos em que não cumprem os serviços especializados para os quais ainda não são pagos, o que afetou blocos de parto e maternidades.