Entre os dez cursos com a nota de acesso mais elevada, metade são da Universidade do Porto. Nova licenciatura de Engenharia Aeroespacial de Aveiro entra no top.
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Num ano em que aumentou em 7% o número de alunos colocados nos cursos com maior índice de excelência, Engenharias e Medicina continuam, sem surpresa, a disputar as notas de acesso mais elevadas. Mas com nuances no top 10: os cursos de Matemática Aplicada cederam posições a Línguas e Relações Internacionais e à nova licenciatura de Engenharia Aeroespacial da Universidade de Aveiro. Nesta primeira fase de acesso ao Superior, a Universidade do Porto responde por metade daquele ranking.
Se tivermos em conta o número de estudantes colocados, Medicina é, de longe, o curso com maior concentração de melhores alunos: 775 contra 449 em Engenharias. Ao todo, são quatro os cursos de Medicina a figurarem no top 10, dois dos quais da Universidade do Porto, tal como no ano passado.
O Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa conta com dois cursos (menos dois) no topo deste ranking, novamente com Engenharia Aeroespacial, a licenciatura com nota do último colocado mais alta: 190,5 pontos. Menos 0,8 face ao ano passado, quando três cursos de Engenharia lideraram, ex aequo, o primeiro lugar, com 191,3 pontos.
Recorde-se que, no ano passado as médias dispararam, chegando a subir 0,5 valores, facto atribuído, pelos especialistas em Educação à flexibilização dos critérios de avaliação dos exames nacionais, devido ao encerramento de escolas imposto pela pandemia. Já neste ano, os exames tiveram mais perguntas obrigatórias para, segundo o Instituto de Avaliação Educativa, evitar notas "demasiado elevadas". Nestes dois últimos anos, sublinhe-se, os alunos apenas realizaram os exames necessários para concorrer às universidades ou institutos politécnicos.
Médias mantêm-se altas
Nesta primeira fase do Concurso de Acesso, em 19% dos cursos a nota do último colocado foi superior a 16 valores, mais 0,3 pontos percentuais face ao ano passado. O que poderá ser efeito ainda dos resultados do exame de Biologia, a prova com mais inscritos, com uma subida média de 3,3 valores.
Em sentido inverso, registo também de melhoria contínua, com apenas sete cursos com média de entrada inferior a 10 valores. No ano passado, foram 13. E em 2019 tinham sido 26.
Numa análise por áreas de estudo, Saúde e Ciências Empresariais são os cursos com mais procura, tendo ambas visto o número de estudantes colocados aumentar face ao ano passado. Tal como em anos anteriores, as três escolas superiores de Enfermagem preencheram todas as vagas. O ISCTE ocupou, também, todos os lugares postos a concurso.
Saúde
Mais 1555 futuros médicos
No ano em que abriu, pela primeira vez, um curso de Medicina numa instituição privada, a Católica, as sete escolas públicas admitiram 1555 estudantes, apenas mais sete face ao ano passado. Contudo, comparando com o período pré-pandemia, contam-se mais 44 colocados. A nota média de entrada do último colocado nos sete Mestrados Integrados fixou-se nos 186,1 pontos.
Top 10
1. Engenharia Aeroespacial
190,5 - Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa
2. Medicina
190,3 - Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto
3. Engenharia e Gestão Industrial
189,8 - Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
4. Engenharia Física Tecnológica
189,5 - Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa
5. Medicina
188,2 - Faculdade de Medicina da Universidade do Porto
6. Medicina
187,8 - Universidade do Minho
7 - Bioengenharia
187,5 - Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
8 - Engenharia Aeroespacial
186,4 - Universidade do Minho
9. Línguas e Relações Internacionais
185,4 - Faculdade de Letras da Universidade do Porto
10. Medicina
185,2 - Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra