CNE propõe redução do peso dos exames e metas para reforçar políticas de inclusão.
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O Conselho Nacional de Educação propõe a revisão do modelo de acesso ao Ensino Superior - menor peso dos exames na nota de candidatura para aliviar a pressão no Secundário e a seleção feita por universidades e politécnicos, individualmente ou em consórcio, "eventualmente por provas próprias".
No parecer divulgado ontem, o CNE sublinha que o atual modelo de exames não avalia as competências definidas no documento orientador "Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória". A pandemia tornou ainda mais "evidentes as desigualdades e o seu impacto nas condições de escolarização e aprendizagem". Por isso, o órgão consultivo do Governo considera que os cursos superiores devem ser ajustados à pluralidade de alunos que já não provêm apenas da via científico-humanística.
O CNE frisa que outros países já aprovaram critérios de discriminação positiva no acesso. E propõe a avaliação à representatividade social dos estudantes, designadamente para se aferir discriminação relativamente à situação socioeconómica, etnia ou deficiência, bem como aos resultados das políticas de inclusão identificando medidas que visem a sua correção e fixando-se metas a atingir até 2030.