A Rede Ibérica de Entidades Transfronteiriças sublinhou, esta terça-feira, a "inutilidade" da 28.ª Cimeira Luso-Espanhola, que é "paga com dinheiros públicos dos contribuintes portugueses e espanhóis" e da qual resultaram "decisões sobre o nada".
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Em comunicado, a Rede Ibérica de Entidades Transfronteiriças (RIET) adianta que o encontro entre os chefes de Governo de Portugal e Espanha, realizado na segunda-feira em Baiona (Espanha), "veio confirmar que os dois Governos estão em fim de estação".
"Não tendo mais nada para fazer em prol das populações do interior dos dois países e não tendo ideias concretas sobre o futuro e para o futuro das povoações do interior, gastaram o tempo a discutir mais meia décima ou menos meia décima da dívida pública grega", sustentou.
Aquela estrutura, que integra 33 membros, entre associações empresariais e universidades dos dois países, representa os interesses de mais de 12 milhões de habitantes, e mais de um milhão de empresas com um Produto Interno Bruto (PIB) de 188 milhões de euros.
"A utilidade desta Cimeira Ibérica poderá ter servido de motivo para imprensa cor-de-rosa poder descrever a qualidade dos fatos do extenso rol de ministros que se passearam pela fortaleza desta instância turística galega", lê-se no comunicado da RIET, que é dirigida pelo presidente da Câmara de Viana do Castelo, José Maria Costa.
Para aquela estrutura, a cimeira apenas serviu para anunciar "que Portugal e Espanha estão de acordo no desacordo com a Grécia, que a modernização da Linha do Minho fica adiada para as calendas gregas e que os dois Governos deram muita importância ao Caminho Português de Santiago", que vai ser candidatado a Património da Humanidade, tal como foi anunciado pelo presidente do Eixo Atlântico na semana passada.
"Os autarcas que integram a RIET e o Eixo Atlântico, bem como as associações empresariais e Universidades dos dois países, mereciam bem mais desta magna reunião entre os dois Governos da Península Ibérica", concluiu o comunicado.