Não há aulas na Escola Secundária de Rocha Peixoto (ESRP), na Póvoa de Varzim. Com 22 funcionários para 1600 alunos, a direção diz que não tem condições "para assegurar o normal funcionamento" e recusou abrir as portas.
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A Associação de Pais diz que, se a direção for obrigada pelo Ministério da Educação a abrir portas, "serão os pais a fechá-la".
"Nos termos da lei, a escola devia ter 49 assistentes operacionais. Estão ao serviço 22", disse, ao JN, o diretor, Albertino Cadilhe, explicando que, retirando quatro para a cantina, restam 18 para assegurar segurança, limpeza e vigilância de todo o edifício e dos seus 1600 alunos. "Não dá", garante, acrescentando que "para funcionar nos mínimos - ou seja, sem bar, papelaria e biblioteca - a escola precisa de 27 pessoas".
A "Rocha Peixoto", continuou a contar, informou o Ministério da Educação da situação em julho. Insistiu em agosto e em setembro. Nunca obteve resposta.
Não há condições de limpeza e de higiene
"Ninguém quer mais do que eu salvaguardar os interesses dos alunos, mas não posso deixar tudo ao Deus dará. Não há condições de limpeza e de higiene. É preciso dar resposta aos meninos do chamado "ensino especial" e, com 22 pessoas, não é possível", afirma ainda o diretor.
Albertino Cadilhe diz que, nestas condições, só abre "se for obrigado, por escrito, pelo Ministério". Por isso, por agora, a escola está encerrada e sem perspetivas de reabrir.
Fátima Pinheiro, a presidente da Associação de Pais, põe-se ao lado da direção: "Há pavilhões desportivos, piscina, oficinas, duas portas de entrada, salas... Apoiamos a direção. Com 22 pessoas, alunos com necessidades educativas especiais, não é possível assegurar a higiene e a segurança das nossas crianças". Fátima Pinheiro lamenta o silêncio do Ministério e diz que a situação se tem vindo a agravar nos últimos três anos, "sem que a tutela resolva o problema".
Caso o Ministério da Educação obrigue a direção a iniciar o ano letivo sem reforço de pessoal, a Associação de Pais já decidiu que "não vai deixar abrir a escola".