A percentagem de escolas com média negativa nos exames caiu de 20% (120 estabelecimentos) para 1,6% (10).
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No ano passado, por causa da pandemia, só os alunos que quiseram candidatar-se ao Ensino Superior fizeram provas. A avaliação externa não contou para a conclusão do Secundário. E a classificação sofreu alterações: entre um grupo de perguntas só as melhores contaram para a nota. Um modelo que pode manter-se nos próximos anos, assumiu ao JN o presidente do Instituto de Avaliação Educativa, Luís Pereira dos Santos, em entrevista (ver página 31).
Além disso, cumpriram-se três anos de aplicação do Programa de Autonomia e Flexibilidade Curricular (PAFC). Em que posição ficaram essas escolas que fizeram outra gestão do currículo? Foram penalizadas? Longe disso.
A maioria (55%) desses estabelecimentos PAFC (59 entre 106) ficou acima da média nacional (12,57 valores). E essa tendência é maior entre as públicas: a média dos agrupamentos foi de 12,28 valores e 49 dos 87 agrupamentos PAFC ficaram acima desse resultado (56%). Entre as privadas, com uma média de 13,82 valores, das 19 PAFC (num universo de 122), 10 ficaram acima e nove abaixo dessa classificação.
Conclusão: apesar de não se poder fazer uma relação direta, os dados apontam para uma correlação que permitem a Ariana Cosme, que coordenou a equipa que avaliou o programa e cruzou os dados da PAFC com o ranking do JN, aferir que as mudanças na gestão da matriz curricular também podem ter contribuído para a melhoria das médias.
como RECUPERAR?
Quase no final de um segundo ano letivo marcado pelo ensino à distância e à espera de se conhecer o plano de recuperação das aprendizagens prometido pelo Governo para os próximos dois anos, para a professora da Universidade do Porto, as escolas para recuperarem da pandemia e do ensino à distância terão de prosseguir os programas de flexibilidade e de inclusão, aprofundar as práticas de diferenciação pedagógica e rever o modelo clássico de avaliação.
Opinião oposta tem o presidente do Conselho das Escolas para quem a melhoria dos resultados se deve ao facto de os alunos só terem feito exames nas disciplinas das suas preferências e terem podido escolher algumas perguntas.
Para José Eduardo Lemos, os alunos do 1.º ºciclo e a disciplina de Educação Física foram os mais penalizados pelo ensino à distância. As escolas, insiste, precisarão de mais recursos (professores e técnicos especializados) e autonomia para implementarem medidas de caráter mais individualizado ou "criativo".
Este ano, o Ministério da Educação (ME) criou um novo indicador estatístico que afere os percursos de sucesso entre os alunos abrangidos pela Ação Social Escolar para revelar quais as escolas que promovem mais "Equidade".