Testagem de professores e de funcionários é defendida como prioritária. Campanha ainda sem data para avançar.
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O decreto-lei que regulamenta o estado de emergência, que vai vigorar até 30 de janeiro, nada prevê sobre a campanha de testes rápidos (antigénio) em escolas. A medida, garantida anteontem pelo primeiro-ministro, ainda está a ser "articulada" entre os ministérios da Educação e da Saúde que, por esse motivo, ainda não avançam nem regras, nem data para arrancar. Os diretores pedem urgência para saberem "a real situação que se vive nas escolas" e defendem que professores e funcionários sejam testados antes dos alunos.
Os pais, alerta ainda o presidente da associação nacional de diretores (ANDAEP), devem ter conhecimento prévio e autorizar por escrito a testagem dos filhos. "Os encarregados de educação terão a última palavra tal como em relação às vacinas", acredita Filinto Lima.
"Parece que estão a brincar", critica, recordando que o uso de testes rápidos está previsto desde novembro, quando começaram a ser feito em lares. "Ontem foi ressuscitado um anúncio que se tinha evaporado, espero que não haja uma segunda morte", afirmou.
obrigatório ou não?
O presidente da ANDAEP considera que a campanha podia começar em escolas nos concelhos com taxas de maior incidência de contágio. Já o presidente da associação nacional de dirigentes escolares (ANDE), Manuel Pereira, defende "urgência" na testagem de "todos os professores e assistentes operacionais", que estão na linha da frente e correm riscos acrescidos pela idade. "Nos rastreios feitos por autarquias foram sinalizados casos positivos assintomáticos que podiam estar a contaminar", garante Manuel Pereira.
Os alunos, admitem os dois, podem ser testados mas mais tarde. Nem Filinto Lima, nem Manuel Pereira se pronunciam sobre se os testes devem ser obrigatórios, remetendo essa decisão para a Direção-Geral de Saúde. Os dois asseguram que a campanha terá sempre de ser feita em articulação com as autoridades de saúde, nomeadamente centros de saúde, porque as escolas não estão preparadas para este tipo de atividade.
A Fenprof defende testes obrigatórios sempre que seja detetado um caso positivo e rastreios aleatórios.