Espanha destina 2200 milhões para medidas urgentes e França não vende piscinas
Em Espanha, onde se vive também uma situação de seca grave, o Governo já tem em curso medidas urgentes para ajudar os agricultores e criadores de gado, e acelerar obras que permitam gerir melhor a água no futuro, no valor de quase 2200 milhões de euros.
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O pacote de apoio engloba ajudas diretas e imediatas que superam 784 milhões de euros e um subsídio de 70% para os seguros de seca das culturas agrícolas que estão a ser mais afetadas. O Governo também tem previstos apoios para a construção de centrais de dessalinização da água do mar e de centrais de reciclagem de águas residuais. O objetivo também é diminuir a extração de recursos hídricos subterrâneos para fins como a agricultura.
Este setor consome 80% da água das barragens espanholas. As reservas globais de água deste país estavam já abaixo dos 50% da capacidade máxima na primeira semana de maio. No entanto, no Sul da Andaluzia e no Nordeste da Catalunha, as duas regiões mais afetadas pela falta de chuva, os níveis eram muito inferiores.
França não vende piscinas
Em algumas zonas de Espanha, nomeadamente na Catalunha, foram também aplicadas restrições à utilização de água para fins lúdicos, como o enchimento de piscinas particulares, para a lavagem de automóveis e de ruas, e rega de zonas verdes. O mesmo acontece em regiões do Sul de França, onde até foi proibida a venda de piscinas a particulares.
Desde o início do atual ano hidrológico, em 1 de outubro de 2022, o valor médio da queda de chuva ou neve em Espanha foi 27,5% inferior à média para este período, segundo dados oficiais daquele país.
Mais calor do que nunca nos próximos cinco anos
A Organização Meteorológica Mundial está a prever aumentos sem precedentes das temperaturas mundiais nos próximos cinco anos. De acordo com o cientista Leon Hermanson, "os gases com efeito de estufa terão um impacto nas alterações climáticas e o efeito resultante será mais ondas de calor". Porém, ao mesmo tempo, vai chover mais em território europeu nos próximos anos e isto deve-se ao "aquecimento do Atlântico Norte". O responsável justificou que, uma vez que vai haver "mais evaporação", vai registar-se "mais precipitação" na Europa.