Grupo Ativistas em Tratamento denuncia a falta de locais de vacinação e enfermeiros na Grande Lisboa. Menor cuidado e grandes eventos de verão justificam o novo surto.
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O “menor cuidado” e os eventos de maior dimensão no verão podem estar na origem do ressurgimento de novos casos de varíola dos macacos (monkeypox ou mpox, em inglês). Após três meses sem infeções, Portugal registou 12 casos entre 19 e 30 de junho. O Grupo Ativistas em Tratamento (GAT) tem, neste momento, um período de dois meses de espera para a vacinação. Um dos responsáveis da organização afirma serem precisos mais enfermeiros e mais locais de imunização para poder dar resposta às solicitações.
“O vírus ficou endémico na população e, agora, vai ser transmitido regularmente”, aponta o infeciologista Jaime Nina. O professor no Instituto de Higiene e Medicina Tropical defende que, “nos primeiros tempos, houve pânico e as pessoas foram mais cuidadosas”. Hoje, o cuidado diminuiu, diz. Outra justificação para o ressurgimento de casos da doença é a realização de grandes eventos, como os festivais de música. Luís Mendão, membro fundador do GAT, acrescenta que “o aglomerado de pessoas”, em discotecas ou saunas, pode levar “a uma maior eficácia na transmissão” da monkeypox.