O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, disse, esta sexta-feira, que os portugueses "se habituaram a viver" com a pandemia e que está a acontecer uma passagem para a endemia.
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As declarações foram feitas à margem de uma visita ao Centro Social Paroquial Nossa Senhora da Conceição da Costa de Caparica, no concelho de Almada, distrito de Setúbal.
Questionado sobre o estado da pandemia em Portugal, Marcelo recordou que, apesar dos números de casos serem mais elevados este ano, os óbitos e doentes internados em enfermarias e unidades de cuidados intensivos e muito menor.
Munido de um papel com o número de contágios, internamentos, hospitalizações em cuidados intensivos e mortes do último dia de 2020 e dos primeiros dias de 2021, o chefe de Estado explicou as diferenças entre a situação que o país viveu e aquela em que se encontra.
O aumento de infeções pelo SARS-CoV-2 agora, disse, "não é acompanhado pelo número de internados, que é um terço de há um ano, e o de cuidados intensivos é um quarto", assim como o número de mortes, que no início de 2021 "foi galopando".
"Há uma diferença importante entre este ano e o ano anterior que as pessoas já perceberam. Há uma multiplicação de contágios porque há um grau de abertura de funcionamento As pessoas vão ao futebol, as pessoas vão aos espetáculos. As pessoas trabalham e circulam e isso naturalmente é diferente de uma situação de confinamento", afirmou.
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"A situação é diferente, devemos ter as precauções e o bom senso, mas que nos habituámos aos poucos a viver com este fenómeno. Estamos a passar à endemia", concluiu, acrescentando: "A pandemia está aí ainda, mas já passámos à endemia".
"Mais espaço" para a campanha eleitoral
Sobre a campanha para as eleições de 30 de janeiro, Marcelo acredita que "vai ser melhor" do que aquela que teve no ano passado nas eleições presidenciais porque "há mais espaço para mais campanha".
"Na campanha de janeiro, havia um galope monumental de mortes e internados, mas foi feita, mas foi sobretudo uma campanha de debates televisivos e radiofónicos", explicou.
O chefe de Estado acrescentou que "prazos mais curtos" de isolamento fazem com que haja menos isolados ao mesmo tempo, no entanto há um outro trabalho de preparação que tem de ser feito, nomeadamente na disponibilização de estruturas preparadas para impedir constrangimentos no voto.
Em relação à possibilidade de isolados votarem, Marcelo referiu que, "no ano passado, o número de portugueses que estavam em isolamento profilático era provavelmente inferior àquele que vai ser agora, depende um bocadinho dos prazos de isolamento".
O chefe de Estado acrescentou que "prazos mais curtos" de isolamento fazem com que haja menos isolados ao mesmo tempo, no entanto há um outro trabalho de preparação que tem de ser feito, nomeadamente na disponibilização de estruturas preparadas para impedir constrangimentos no voto.
Marcelo Rebelo de Sousa recordou que na "primeira vez foi um bocado de improviso", da segunda vez "a pressão é maior", mas também tem de haver mais organização para isso.
Questionado sobre se considera que, das eleições, vai sair uma solução política para o Governo, o presidente é categórico: "Acho que vai sair o que os portugueses quiserem. Eu tenho um voto não tenho oito milhões".
*com Lusa