Os 26 ativistas ambientais que, no sábado, cortaram o trânsito na Praça do Aeroporto, em Lisboa, para alertar para a poluição causada por aviões, saíram esta segunda-feira do tribunal com a certeza de que não serão julgados de forma sumária.
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O processo baixou a inquérito e poderá, após a investigação, culminar ou não numa acusação.
"Neste momento, está nas mãos do Estado decidir se vai perseguir criminalmente ativistas e que se manifestaram pacificamente para apagar o fogo da nossa casa a arder e o fogo que está a ser alimentado pelo nosso Governo, ao ter planos para construir novos aeroportos", afirmou, no Campus de Justiça de Lisboa, a porta-voz do movimento, Inês Teles.
Os 26 ativistas, com idades compreendidas entre os 17 e os 28 anos, foram detidos pela PSP pelas 17.30 horas de sábado, durante uma manifestação promovida pela associação ambientalista Climáximo para reinvindicar "menos aviões", uma "transição justa" e "mais ferrovia". O protesto - que, segundo a organização, contou com mais de 200 pessoas - começou no aeroporto de Lisboa e seguiu depois para a Praça do Aeroporto, vulgarmente conhecida por Rotunda do Relógio.
Ali chegados, os manifestantes sentaram-se, segundo a PSP, no chão, "bloqueando" o trânsito e "colocando em perigo a sua atividade física" e "dos demais utilizadores da via". Os ativistas terão então desobedecido à ordem das autoridades para dispersarem, tendo sido "necessário retirá-los da via rodoviária". Pelas 23 horas de sábado, os detidos foram libertados e notificados para comparecerem esta segunda-feira em tribunal.
A presença no Campus de Justiça foi acompanhada por uma concentração de apoio que contou com dezenas de pessoas, na sua maioria jovens. "Julguem os destruidores do planeta, não os defensores dele" e "a nossa casa está a arder" foram as frases ostentadas, pacificamente, nos cartazes. "Vamos continuar a lutar e a sair à rua para apagar este fogo", concluiu Inês Teles.