Estratégia para o Norte "é a regionalização dos fundos", diz ministra da Coesão
A "Estratégia de Especialização Inteligente do Norte 2021-2027" é "a regionalização dos fundos", afirmou a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, esta segunda-feira à tarde, à margem da sessão "Desafios e Prioridades Para um Norte mais Inovador", que teve lugar em Bragança. "Estamos a regionalizar os fundos europeus naquele que é o nosso objetivo de dar maior autonomia e poder às Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) na aplicação dessas verbas", concretizou.
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Trata-se de um roteiro das prioridades de investimento do Norte, que incentiva as parcerias entre a academia e as empresas. "É canalizar os fundos para as escolhas que a região faz. Não é Lisboa que está a escolher, mas é o Norte", afirmou a titular da pasta da Coesão.
A estratégia é um guião das áreas prioritárias da região Norte, escolhidas com base na trajetória que a região vinha fazendo, com a participação de atores relevantes a região e liderada pela CCDR-N, "para consolidar o caminho da investigação, inovação e internacionalização de cadeias de valor", explicou Ana Abrunhosa.
Trata-se de oito áreas no âmbito da ciência e da competitividade que são as prioridades da região para desenvolver e consolidar, para ajudar na aplicação de fundos europeus. Em causa estão a Criatividade, Moda e Habitats, Industrialização e Sistemas Avançados de Fabrico, Sistemas Agroambientais e Alimentação, Mobilidade Sustentável e Transição Energética, Ciências da Vida e da Saúde, Ativos Territoriais e Serviços de Turismo, Recursos da Economia e do Mar, Tecnologias, Estado, Economia e Sociedade. "São 30% do pacote dos fundos regionais que têm um total de oito mil milhões, o que é um valor muito significativo. Quem promove os projetos tem de demonstrar que estão alinhados com a estratégia", acrescentou a ministra.
O presidente da CCDRN, António Cunha, realçou que os domínios selecionados "têm a ver com a nossa realidade e com a nossa ambição de evolução futura".
Ana Abrunhosa garantiu que o governo quer consolidar o trabalho feito no Norte porque a União Europeia a considera a segunda região que deu o maior salto no que respeita à inovação. "Isso resulta do investimento dos fundos europeus e do trabalho que a CCDR tem feito com a academia, as empresas e cm projetos em conjunto", vincou.
Como a maior parte das empresas do Norte são PME têm toda a vantagem em trabalhar com a academia "pois não têm capacidade para fazer investigação e assim podem ganhar com as parcerias",
Os avisos dos concursos vão ser de "banda estreita e muito vocacionados", destacou a ministra, para o caminho que o Norte se propõe realizar. "São as escolhas do Norte, num exercício muito participado pelas empresas, academia, o terceiro setor, associações empresariais que indica as áreas prioritárias onde a região deve apostar", acrescentou Ana Abrunhosa.