Ex-CEO da TAP queria "cortar a direito" para receber bónus, dizem trabalhadores
A coordenadora da Comissão de Trabalhadores (CT) da TAP afirmou, esta quinta-feira, que a ex-CEO da empresa apenas queria "cortar a direito sem pensar em mais nada", dando a entender que Christine Ourmières-Widener o fazia porque, dessa forma, receberia "mais dois ou três milhões" de euros de bónus. Cristina Carrilho também garantiu que a CT não conheceu o plano de reestruturação final.
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A responsável da CT da TAP, ouvida na comissão parlamentar de inquérito sobre a transportadora, acusou a ex-CEO de querer "cortar a direito sem pensar em mais nada". Segundo Cristina Carrilho, Christine Ourmières-Widener levou essa missão a cabo "sem conhecer a realidade dos trabalhadores e da empresa" e sem procurar informar-se a esse respeito.
A representante dos trabalhadores afirmou aos deputados que, com o tempo, os funcionários da TAP foram-se "apercebendo" que o grande objetivo da CEO era cumprir o plano de reestruturação. "Não sei se por", dessa forma, lhe serem devidos "mais dois ou três milhões" de euros em bónus, acrescentou.
Cristina Carrilho deu também conta da reação de muitos trabalhadores quando souberam que Ourmières-Widener tinha sido escolhida para liderar a TAP": "Então mas não há ninguém em Portugal?", confidenciou.
A coordenadora da CT deu conta de que a administração andava "aos papéis" e que revelava falta de "transparência".. "Era tudo muito secreto", garantiu, revelando que, de cada vez que os trabalhadores pediam documentação à qual tinham direito por lei, lhes era dada a resposta de que a informação solicitada era "confidencial".